São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 1997
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Chef busca as seis estrelas

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Alain Ducasse tornou-se a bola da vez na gastronomia da França. Desde o ano passado, quando assumiu o restaurante e o posto de Joel Robuchon -o maior chef do país, que se aposentou aos 51 anos.
Ducasse pareceu um aventureiro ao assumir um legado que ninguém mais queria, e ainda por cima sem largar seu próprio pedestal em Monte Carlo, o restaurante Le Louis 15, do hotel de Paris.
A expectativa não era somente saber se ele manteria ambas as casas no nível esperado, mas também se ele conquistaria a inédita marca de seis estrelas (três em cada casa) no guia Michelin, o poderoso termômetro do desempenho dos restaurantes.
Em março o guia o premiou com as três estrelas em Paris, mas retirou-lhe uma em Monte Carlo. Embora ele se divida entre as duas casas (que fecham em dias diferentes), o guia considerou que sua ausência em Mônaco prejudicou o desempenho do restaurante.
Ducasse ainda não desistiu de somar as seis estrelas. O Louis 15 de Monte Carlo é primoroso -pelo ambiente de sonho e pela comida. O prato mais marcante que experimentei nos últimos anos foi lá. Um peixinho refogado com batata amassada, e só. Uma obra-prima.
É certo que se tratava de uma trilha do Mediterrâneo, que as batatas são uma glória francesa, que o azeite provençal que as regou é inigualável... mas não passava de um peixinho com batata.
Que em sua simplicidade tinha sabores tão comoventes que só um verdadeiro artista produziria.

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