São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 1997 |
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Cozinha sóbria supera falhas do Appolinari
JOSIMAR MELO
Fez parte da química da casa a criação de ambientes bem distintos, entregues a diferentes decoradores: um bar informal maculado por poltronas em chocantes tons de vermelho, uma praça com jeito espanhol, pista de dança e luz natural, e um restaurante formal vestido de branco. Nada que impressione, a não ser pelo contraste. Mas a comida atrai interesse -sua virtude é buscar ser sofisticada e sóbria ao mesmo tempo. Os pratos seguem uma base clássica italiana, com referências a várias regiões e discretas inovações. Serviço irregular Entradas como aspargos verdes com ovos mexidos e salmão defumado são singelas em sua simplicidade, enquanto a polenta com cogumelos, tomate fresco e queijo lembra o vigor da melhor cozinha tradicional italiana. O filé de cordeiro com crosta de alecrim e molho agridoce remete a uma interpretação moderna das antigas tradições. A mão da cozinha escorrega ao perder o ponto de cozimento no agnolotti recheado de mortadela com pistache ao molho cremoso de tomate; ao cumprir menos do que promete no insípido purê trufado de inhame (que acompanha um filé mignon com passas e pinoli); e ao servir uma musse de mirtille com consistência de jardim da infância. O serviço é irregular e tenta, sem conseguir, privilegiar clientes importantes, esquecendo dos simples mortais. Já a carta de vinhos é organizada de forma exemplar pelas informações que fornece -pena ser cara como a comida. Texto Anterior: Livro revela poder curativo dos alimentos Próximo Texto: Quanto tempo há de durar a jaqueira da Almerinda? Índice |
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