São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997
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Assembléia ouve vítimas de explosão na 5ª

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo realizará, às 15h30 desta quinta-feira, audiência aberta a respeito do andamento dos processos sobre a explosão do Osasco Plaza Shopping (Grande SP).
O acidente, provocado por vazamento de gás GLP e que matou 42 pessoas e deixou mais de cem feridas, completa um ano amanhã. Até hoje, nenhuma família ou vítima recebeu indenização.
O objetivo do encontro é ouvir acidentados e familiares de mortos para avaliar a velocidade dos processos e os valores dos ressarcimentos, segundo a assessoria do deputado Renato Simões (PT), presidente da comissão.
As promotoras Marilu de Castro Abreu (responsável pelo processo criminal) e Ana Lúcia Arrochela Lobo (que impetrou ação civil pública contra os administradores do shopping) também foram convidadas a participar.
Se for o caso, os integrantes da comissão podem pedir audiências com autoridades do Poder Judiciário, na tentativa de acelerar o andamento das ações.
A iniciativa de buscar ajuda no Legislativo partiu das próprias vítimas, conforme contou a organizadora do grupo de apoio aos acidentados, Sandra Nogueira.
Recurso
O advogado Arnaldo Pacífico, representante dos administradores do Osasco Plaza, deve entrar hoje com recurso para pedir ao juiz Manoel Barbosa de Oliveira, da 5ª Vara Cível de Osasco, esclarecimentos sobre a sentença em que condena o shopping a indenizar os acidentados.
A decisão saiu no dia 26 e faz parte da ação civil pública movida contra o shopping. Pacífico disse que apelará ao Tribunal de Justiça.
Por enquanto, ele pede ao juiz informações que estariam ausentes da sentença. Esse tipo de recurso se chama embargo de declaração. Com tais dados, o advogado recorrerá ao tribunal, na tentativa de reverter a condenação.
Pacífico sustenta que o shopping não é responsável pela explosão, mas sim a construtora Wysling Gomes, a gerenciadora da obra, BRR Gerenciamento e Planejamento, e a Companhia Ultragaz.

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