São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997 |
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'Babel' recupera a performance
ERIKA PALOMINO
As performances ajudaram a definir a feição moderna de "Babel". Ao ocupar diferentes dependências do posto de gasolina desativado onde acontece o evento (leia abaixo), os artistas completaram a sensação de que havia sempre "alguma coisa acontecendo". Hypes internacionais como Karen Finley (leia texto nesta página), Kazuo Ohno e seus alunos conferiram momentos muito especiais ao espaço. A pequena salinha batizada de vitrine foi a que deu mais certo, como a instalação do quarto da performer Roberta Hoffman digitava num computador seus textos. A atriz Renata Jesion recriou uma "cabine de luz vermelha", como em Amsterdã. As drags são estrelas em "Babel". Fora da ferveção pura e simples, a diva camp Cacá di Polly acertou com sua performance em que dublava Maria Callas. Se nos dois primeiros dias do evento as artes deram o tom -Cabelo se destacou, incendiando um aquário de peixes- o domingo deu lugar à performance de moda "A Morte da Roupa". Na passarela, roupas de estilistas emergentes como Thais Losso (referências dos anos 80, ao kitsch) e Caio Gobbi (sadomasoquismo assumidamente de boutique), a performance recuperou os conceitos de falha, improviso e "low-tech" que abandonaram os jovens talentos -agora sempre pretensiosos. Como prova da espontaneidade, a inesperada presença de uma mendiga de rua que, empolgada, subiu à passarela junto com os estilistas. Performance é isso. Evento: Babel Onde: r. Paes Leme, 149, Pinheiros, s/tel. zona oeste de São Paulo Quando: até o dia 15 de junho Ingressos: entrada gratuita Hoje: estúdio Nova Dança, às 20h30 Texto Anterior: A sexualidade explica hoje as práticas políticas Próximo Texto: Finley rompe a resistência Índice |
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