São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 1997
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"Bamerindus nada valia"

Malan rebate Vieira, para quem valor era de R$ 1,5 bilhões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse ontem que o valor econômico real do Bamerindus era algo entre "zero e menos alguma coisa", quando foi vendido ao HSBC, em abril.
Ele foi convocado para esclarecer, no plenário do Senado, a intervenção do Banco Central no banco paranaense e a venda da parte boa para o HSBC.
O ex-proprietário do banco, senador José Eduardo de Andrade Vieira (PTB-PR), havia dito, na época, que a instituição valia R$ 1,5 bilhão. "Se esse fosse o efetivo valor na visão do mercado, ele não teria passado por essa operação", disse Malan.
Segundo o ministro, o Bamerindus perdeu, entre junho de 95 e dezembro de 96, um total de 37% dos depósitos à vista e 78% dos depósitos a prazo. Isso representou perda líquida de R$ 4,8 bilhões.
Andrade Vieira foi orientado por seus advogados a não comparecer ao plenário. Antes da sessão, Andrade Vieira conversou com os senadores Roberto Requião (PMDB-PR) e Eduardo Suplicy (PT-SP) e sugeriu alguns pontos que poderiam ser questionados.
Requião questionou os direitos dos acionistas minoritários, que reclamam participação financeira nos recursos que foram pagos pelo HSBC ao BC. O ministro não respondeu, justificando que essa questão tem caráter jurídico complexo que deve ser analisado.
Malan disse que o Proer (programa de socorro aos bancos) tem agora vida curta porque não existe mais risco de quebra do sistema.
Fraude de R$ 1 mi
Comunicado interno do HSBC Bamerindus, dirigido aos funcionários e assinado pelo presidente do banco, Michael Geoghegan, acusa bancários da instituição de "atividades fraudulentas".
Segundo o comunicado, os funcionários teriam dado prejuízo de mais de R$ 1 milhão apenas em maio. A carta, de 4 deste mês, foi divulgada ontem pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba (PR).
O comunicado não especifica quais as fraudes cometidas e quais seriam os funcionários. Afirma que "o banco irá buscar sanções criminais e civis".
O Sindicato dos Bancários divulgou nota em que acusa o HSBC de tentar "criar um clima de terror entre os funcionários com acusações genéricas".
O HSBC informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o comunicado é um alerta aos "poucos" funcionários que cometem fraudes contra o banco.

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