São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997
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Tecnologia aprimora trabalho de 'abelhas'

DA REPORTAGEM LOCAL

"Não dá para confundir o 'abelha' com o videorrepórter", afirma Marco Nascimento. Por uma razão muito simples: a tecnologia mudou radicalmente nos últimos dez anos.
O 'abelha' surgiu pela primeira vez no país em novembro de 87 no "TV Mix", na TV Gazeta.
Na época sem dinheiro para montar equipes de reportagem, a Gazeta investiu em jornalistas que saíam às ruas com uma câmera VHS, de vídeo doméstico.
"A gente praticamente voava", lembra Mario Rezende, 34, um dos "abelhas". "Eu recebia a pauta, fazia a reportagem e as entrevistas e selecionava a melhor imagem na hora, já que não tinha como editar".
Rezende ressalta o poder de síntese, o olhar astuto e a agilidade para registrar imagens interessantes como as características fundamentais do bom "abelha".
"Se hoje a tecnologia diz que basta um para fazer o trabalho de cinco, por que não?", questiona Marco Antônio Coelho, diretor de jornalismo da emissora, então coordenador dos "abelhas".
Hoje, com equipamento Hi-8, mais leve (em torno de 6 kg), com maior sensibilidade e melhor qualidade de imagem, as coisas ficaram mais fáceis.
"Comecei a fazer natação para melhorar a condição física", diz Quiroga. Na reportagem dos sem-teto, percebe-se que ele literalmente corre atrás da notícia.
"Para fazer de tudo é preciso optar por soluções mais simples", avalia Renata Rodrigues, que manipula sua Super 8 com facilidade. Para ela, o trabalho com as bandas ainda exige qualidade, por exemplo, de áudio, que sua câmera não oferece.
Em termos de notícia, no entanto, o videorrepórter e o antigo "abelha" mostram que é possível trabalhar com um homem só, como no filme "Max Headroom" (EUA, 1987).
Michael Rosenblum, videojornalista americano que montou uma equipe de 80 videorrepórteres para um canal de TV local de Nova York, o NY1, diz que "o jornalismo é sair com uma câmera e trazer a sua história". Os "abelhas" norte-americanos chegam a fazer as passagens sozinhos (quando o repórter aparece no vídeo, introduzindo ou finalizando uma reportagem) com a ajuda de um tripé.

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