São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997
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LEILA POR MARIETA

MARIETA SEVERO

"Nos conhecemos aos 18 anos, no set de 'O Sheik de Agadir' e imediatamente ela se tornou minha primeira grande amiga no meio artístico. A Leila tinha esse jeito dela. Ela era inteligente, com posições muito firmes em relação as coisas dela. Às vezes, essa espontaneidade era confundida com uma porra-louquice e a Leila não tinha nada de porra-louca, ela era extremamente consequente em tudo o que fazia. A Leila tinha um compromisso com ela mesma, isso para ela era inegociável. Tinha um sentido de liberdade muito grande. A gente teorizava muito e a Leila era realmente livre. Ela não precisava brigar, não precisava queimar sutiã. E ela não negociava. Mas acho que o que tem de ficar claro é que ela pagava um preço por isso, ser incompreendida, ficar sem emprego, ser perseguida. Pensar na Leila com 50 e poucos anos me dá vontade de rir. É engraçado como tudo da Leila era muito ligado à juventude e como parece que o destino tem uma coisa sábia, parece que tinha de explodir no ar, acho a morte dela tão simbólica... Leila era muito bem humorada, brincalhona. Tinha uma urgência de curtir tudo. Essa coisa de gente que morre jovem, parece que tem uma intuição de sugar tudo da vida. Lembro de ficarmos horas jogadas na cama conversando sobre os filhos que teríamos, uma coisa comunitária -uma mania na época."

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