São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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Preço de TV baixa para até R$ 299

Aumenta a concorrência

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma produção de televisores superestimada, aliada à entrada de seis novas marcas no país, está resultando numa guerra de preços entre fabricantes e, consequentemente, em boas ofertas de TV.
Em uma semana, o Carrefour do bairro do Limão, em São Paulo, reduziu de R$ 399 para R$ 299 o preço à vista da TV Samsung de 20 polegadas, com controle remoto.
O Carrefour informa que a queda de 25% nos preços foi possível devido à compra de um grande volume do produto, que permitiu a venda por preços menores.
Essa loja do Carrefour também reduziu em uma semana o preço à vista de dois modelos de TV da Toshiba.
O preço do aparelho de 29 polegadas caiu de R$ 1.059 para R$ 799, e da TV de 34 polegadas, de R$ 1.899 para R$ 1.459.
Se o consumidor andar por outras redes de lojas, vai observar reduções de preços parecidas e também semanais.
Essa liquidação de TV -um aparelho que custava nas lojas R$ 750 em julho de 1994 é encontrado hoje por R$ 450, informa a Eletros, associação que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos- se deve à superoferta do produto.
Animados com o boom de consumo provocado pelo Plano Real, alguns fabricantes apostaram num mercado superior a 10 milhões de unidades em 1996, mas a venda chegou a 8,5 milhões de unidades.
E mais: as dez tradicionais marcas de TV que disputaram por muito tempo o mercado brasileiro passaram a ter mais seis concorrentes -JVC, Samsung, Goldstar/L.G, Zenith, Cineral/Daewoo e RCA- em menos de dois anos.
"Até que a venda está indo bem. O problema é que tem muito fabricante de TV no Brasil", diz Massmiliano Bizzarro, diretor da Zenith, que começou a fabricar TV no país no ano passado.
Ele conta que um aparelho de 20 polegadas da Zenith custava para o consumidor entre R$ 400 e R$ 420 há um ano. Hoje, já está em torno de R$ 330. "A indústria está se reestruturando. Vai ter que reduzir a produção."
Antonio De Bonis, vice-presidente da JVC que, no Brasil, é sócia da Gradiente, diz que as sobras de TVs do ano passado já estão sendo desovadas neste ano. Para ele, os preços não devem cair mais.
A JVC atua na linha dos aparelhos de tela grande (29 polegadas), cujos preços caíram de R$ 1.399 para R$ 1.099 em um ano. "Não há mais possibilidade de queda, nem fora do Brasil isso é possível."
Ele conta que muitas indústrias estão vendendo TV com prejuízo por causa da guerra de preços. "Nós não estamos nem ganhando nem perdendo dinheiro."
Roberto Macedo, presidente da Eletros, diz que as indústrias estão reduzindo a produção por meio de demissões e férias coletivas para adequar a oferta à demanda.
"Elas vão empurrar essa situação até o segundo semestre, já pensando numa melhora nas vendas no final do ano e em 1998 -ano de Copa do Mundo."
Assim como a indústria, os lojistas também estão em guerra de preços, diminuindo suas margens.
A Lojas Cem, por exemplo, informa que na venda de TV reduziu sua margem de 25% há um ano para 18% hoje.

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