São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
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'Sem-carro' critica falta de opções

Metrô e táxi são usados

LUCIANA SCHNEIDER
DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria da população de São Paulo aprovou o trânsito na cidade na estréia do rodízio este ano, mas ainda encontra dificuldades em se locomover nos dias em que seus carros estão proibidos de circular.
A publicitária Ana Margarida Graeff Simon, 41, pediu carona para todos os seus vizinhos, mas ninguém a ajudou, apesar de existirem muitas faixas na cidade com os dizeres: "Pratique o transporte solidário. Peça e dê caronas a seus amigos".
Ela diz que é a favor do rodízio, inclusive durante todo o ano, mas que a população deveria ser muito mais educada.
"Se não há educação, então que o governo dê mais opção de transporte para a gente. Não dá para meu filho de 15 anos pegar dois ônibus para ir até a escola", diz.
Para não ter de se preocupar em pedir carona ou fazer rodízio com os vizinhos, muitos pais já estão telefonando para os perueiros escolares, pensando no rodízio em agosto. Segundo Anderson Marcelo Salles, 25, perueiro da Escola da Vila (no Butantã), quatro mães telefonaram ontem perguntando sobre a mensalidade do transporte escolar.
Já o advogado Luciano Bacioti Ramos, 32, é contra o rodízio. Como sua placa tem o final 1, ele teve de pegar um táxi, ontem, para ir da sua casa à estação do metrô mais próxima do seu trabalho.
"O problema não são os R$ 10 de táxi que eu pago. O problema é que não adianta nada para melhorar a qualidade do ar."
O ginecologista e obstetra Rodrigo Cerqueira de Souza, 27, estava ontem na estação do metrô São Judas, excepcionalmente por causa do rodízio, já que o número final de sua placa é 2.
O médico acha que é uma boa idéia do governo, mas que poderia ter algumas exceções. "As pessoas que trabalham na área de saúde em geral, como eu, deveriam ser liberadas do rodízio. Hoje, por exemplo, não tive nenhuma emergência de parto, mas, se tivesse, teria de me arranjar de alguma maneira."

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