São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Premiês retomam combates no Camboja

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Em meio à fuga de estrangeiros do Camboja, os combates entre as forças do segundo primeiro-ministro, Hun Sen, e homens do príncipe Norodom Ranariddh, que era primeiro primeiro-ministro até ser deposto, há uma semana, foram retomados ontem.
Disparos de artilharia ocorreram na cidade de Siem Reap (norte). As tropas de Hun Sen bombardearam por cinco horas posições do Funcinpec, o partido do ex-primeiro premiê Norodom. As cifras de mortos e feridos são desconhecidas.
No aeroporto Pochentong, em Phnom Penh (a capital do país), centenas de estrangeiros tentavam embarcar em vôos que os levassem para fora do país. Mais de 6.000 não-cambojanos saíram do território desde quarta-feira.
No final de semana passado, as tropas de Hun Sen atacaram as posições do Funcinpec em Phnom Penh. Nos combates, ao menos 58 pessoas morreram.
Segundo analistas militares, as forças monarquistas não são páreo para os homens de Hun Sen, mais numerosos e bem equipados.
Norodom parece convencido de que não pode vencer Hun Sen pela força e trabalha para pressionar o novo governo promovendo o isolamento internacional do país.
Ontem, o príncipe garantiu aos EUA que não vai tentar cooptar as forças do enfraquecido Khmer Vermelho. Os monarquistas e a guerrilha pró-China foram aliados durante a guerra civil que os opôs ao regime pró-vietnamita, do qual Hun Sen participou.
Desde 1993, por um acordo constitucional, os dois dividiam o governo, em uma instável coalizão. "Não vou tentar envolver o Khmer Vermelho nas confrontações", afirmou o príncipe nos EUA. Norodom fugiu do Camboja antes do início dos combates. Seu pai, o rei Sihanouk, também está fora do país.
O eventual apoio da enfraquecida guerrilha, o argumento utilizado por Hun Sen para expulsar Norodom do poder, parece mesmo improvável. Facções do Khmer Vermelho se voltaram no mês passado contra seu líder, Pol Pot, cujos paradeiro e estado de saúde são desconhecidos. O novos líderes da guerrilha têm se recusado a apoiar os monarquistas.
Hun Sen nega ter dado um golpe e disse ter atacado o Funcinpec porque Norodom tentava cooptar os homens do Khmer Vermelho e os estava infiltrando na capital do país.
A comunidade internacional, porém, condenou o uso da força no país asiático. EUA e Alemanha haviam anunciado a suspensão de qualquer ajuda ao país.
Segundo Mea Samith, membro do Ministério de Obras Públicas cambojano, o país pode perder até US$ 150 milhões devido à suspensão da ajuda internacional.

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