São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997
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Polícia Civil de SP se declara em estado de greve até 2ª

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil de São Paulo decidiu às 21h45 de ontem entrar em estado de greve até a próxima segunda-feira, quando está prevista uma passeata da Delegacia Geral, no centro, até o Palácio dos Bandeirantes (região sudoeste).
Os policiais repudiaram os reajustes propostos anteontem pelo governador Mário Covas: de 5,1% a 34%. Os policiais civis reivindicam 88,68% de aumento salarial.
"A passeata, que é uma demonstração de cidadania, vai ajudar na renegociação desse índice", disse o presidente do Sipesp (Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo), Lourival Carneiro.
As decisões de repúdio à proposta de Covas, da instalação do estado de greve e da realização da passeata foram unânimes. Havia cerca de 400 policiais civis no sindicato, que é filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
O estado de greve significa, segundo Carneiro, que os policiais passarão o restante desta semana mobilizando os colegas para a passeata de segunda. "Além disso, iniciaremos uma greve branca. Ou seja, não vamos repor com o nosso dinheiro, como de costume, a falta de combustível, de papel e tinta para impressoras etc. Dessa maneira, a investigação pára", disse o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo, Paulo Roberto Siquetto.
PM
Já representantes de associações de policiais militares, reunidos ontem de manhã, classificaram os reajustes diferenciados anunciados anteontem pelo governador Mário Covas "absurdos", mas não acenaram com certeza de greve contra o que consideraram "uma pequena elevação salarial".
O governador concedeu reajustes escalonados entre 8,5% e 34% para policiais militares. A corporação reivindicava 77,24% de reajuste para os soldados.
"Os índices de reajuste propostos, mesmo os mais altos, são um absurdo. Teremos de tentar retomar a negociação salarial com o governador Covas", disse o presidente da Associação dos Policiais Militares de São Paulo, Dirceu Cardoso Gonçalves.
"Continua o sentimento de revolta, mas, como somos ordeiros, não partiremos para manifestações", afirmou o presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM, Wilson de Oliveira Moraes.
Já o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos da PM, Laércio da Silva Guellis,não descarta a possibilidade de um movimento de contestação contra os reajustes anunciados surgir "dentro dos quartéis".

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