São Paulo, domingo, 20 de julho de 1997
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La Salvia responde a processo no Brasil

DA SUCURSAL DO RIO

O empresário argentino Jorge Osvaldo La Salvia já admitiu oficialmente que conhecia Paulo César Farias, tesoureiro de campanha de Fernando Collor, e confirmou que tinha ligações com o PRN (Partido da Reconstrução Nacional), legenda que em 1989 elegeu Collor presidente da República.
La Salvia, que responde a processo na 13ª Vara Federal, sempre negou ter negócios com Farias ou participar do esquema PC. Mas admitiu conhecer Henrique José Chueke, acusado de ser um dos doleiros da rede operada pelo empresário alagoano.
Em depoimento à Polícia Federal em 1993, La Salvia contou que conhecera PC Farias em 1988. Os dois foram apresentados por Diego Vasques. Em 91 e 92, contou, PC o levou de jatinho a Buenos Aires, Punta del Este e outras cidades, algumas no Brasil, sempre a passeio.
La Salvia disse ainda ter recebido empréstimos do PRN e ter prestado assessoria no Equador para instalar a empresa Ecuabingo.
Segundo o empresário, ele teve ligações com os militares na Argentina durante a ditadura no país, na segunda metade dos anos 70 e primeira dos 80. Por isso, alegou, foi perseguido após a redemocratização, tendo que se exilar.
No processo na 13ª Vara Federal, o empresário argentino e sua mulher, Andrea Sussenbach, são acusados de deixar de pagar Imposto de Renda mediante omissão de informação e fraude à fiscalização, além de crime continuado (repetido).
Os supostos crimes teriam sido cometidos na MET Negócios e Participações, empresa da Companhia MET (firma com sede no Uruguai, pertencente à família La Salvia e de Sussenbach, dona de 5% do negócio).
A Folha, na semana passada, procurou La Salvia em um endereço no Rio onde, segundo a Justiça, ele moraria, num condomínio de classe média alta na avenida Sernambetiba, na Barra da Tijuca (zona sul da cidade).
Segundo o porteiro do bloco de apartamentos onde La Salvia morava, o empresário se mudou há mais de um ano e não deixou informações sobre o seu novo endereço ou telefone.

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