São Paulo, domingo, 20 de julho de 1997 |
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Pitta inicia obra de garagens subterrâneas
MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
As obras começam sob protesto de moradores, frequentadores do parque e ambientalistas. Além disso, atropelam duas ações civis que tramitam com o objetivo de impedir a construção das garagens. Uma ação contesta a própria licitação da obra, realizada durante a gestão de Paulo Maluf (1993-96). A outra alerta para o risco de danos irreparáveis ao meio ambiente. Além do Trianon, Celso Pitta já anunciou garagens na praça da República, pátio do Colégio e avenida Dr. Enéas de Carvalho Aguiar. Também há projetos aprovados para as praças João Mendes, Antonio Prado (centro) e Coronel Pires de Andrade (zona sudoeste). Além do protesto de ambientalistas e das ações na Justiça, dois outros obstáculos emperram a continuidade do projeto. Há indícios de formação de cartel e criação de reserva de mercado. Os consórcios formados para o projeto não tiveram concorrentes na licitação promovida pela prefeitura. Os vencedores teriam sido definidos em comum acordo entre as empresas interessadas em explorar o novo negócio. As garagens serão construídas pelo sistema de concessão pública da prefeitura. As empresas terão o direito de explorá-las por um período mínimo de 30 anos. Na prática, também foi criada uma espécie de reserva de mercado. A prefeitura garante aos consórcios que não permitirá a abertura de novos estacionamentos próximos à área das garagens. Segundo o secretário municipal dos Transportes, Carlos de Souza Toledo, as garagens subterrâneas colocarão São Paulo "no mesmo nível de cidades como Nova York, Londres, Paris e Buenos Aires". "Não há nenhuma ilegalidade nas garagens subterrâneas", afirma. "A vegetação também não será afetada, nem o trânsito." Assessores da prefeitura e integrantes dos consórcios repetem o mesmo discurso legalista. "A licitação obedeceu às normas legais e o projeto não afetará o meio ambiente, pois fizemos estudos e contamos com a aprovação de órgãos competentes nessa área", afirmou um representante da empresa Construbase, que encabeça o consórcio Trianon. Apesar de garantir que confia na legalidade das obras, ele pediu para não ser identificado e não quis revelar quais seriam os "órgãos competentes" que teriam aprovado as garagens subterrâneas. Participam ainda deste consórcio as empresas Paulitec, Spenco e Patropi Estacionamentos. Texto Anterior: Cobrador 'renasce' com terapia Próximo Texto: Ônibus testará combustível de soja no PR Índice |
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