São Paulo, domingo, 20 de julho de 1997
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Ônibus testará combustível de soja no PR

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Vinte ônibus do transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba vão usar, em caráter experimental, o biodiesel, uma mistura de óleo diesel comum com óleo esterificado de soja.
O óleo esterificado resulta do processamento do óleo bruto de soja, em que é separado o éster de soja (biodiesel) da glicerina.
O teste será realizado nos ônibus da Viação Santo Antonio, na grande Curitiba, e em 20 ônibus de quatro empresas de São Paulo, por um período de três meses.
O experimento começa dia 21 de agosto, em Curitiba, e no dia 26, em São Paulo.
As empresas paulistanas são Viação Penha São Miguel, Expresso Talgo, Viação Santa Brígida e Viação Bola Branca.
Segundo o empresário Júlio Xavier Viana Jr., diretor da Viação Santo Antonio e coordenador do biodiesel no Brasil, o combustível vegetal é capaz de reduzir em até 80% a emissão de poluentes, em comparação com o diesel comum, usado pela maioria dos ônibus.
O biodiesel foi desenvolvido nos EUA. Parte dos 360 mil litros que serão usados nos testes foi doada pela Associação Americana dos Produtores de Soja.
Segundo Viana Jr., os testes irão verificar se o combustível provoca alterações no desempenho e durabilidade dos motores e analisar o impacto sobre os custos.
Segundo o empresário, o litro do biodiesel é 20% mais caro que o litro de diesel comum. Vieira Jr. acredita, porém, que o preço não atrapalhará a implantação do combustível vegetal.
"O aumento nos custos finais será de 2% a 3%, um preço baixo para se respirar melhor", afirmou.
Viana Jr. disse que as indústrias de óleo de soja brasileiras poderão produzir o combustível.
Análise
Fábio Trigueirinho, secretário-geral da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), diz que a produção de biodiesel pela indústria nacional depende de análises econômicas.
O Brasil produz atualmente cerca de 3,5 milhões de toneladas de óleo de soja de cozinha.
Segundo ele, há 15 anos a associação desenvolveu um projeto semelhante ao do biodiesel. O projeto não apresentou restrições técnicas, mas foi considerado "inadequado" quanto aos custos.

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