São Paulo, domingo, 20 de julho de 1997
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Sangue-frio e suor são vitais para profissional do mercado

Olhos dos operadores de mesa não saem da tela do computador

DA REPORTAGEM LOCAL

O operador de mesa de uma corretora ou de um banco não fica no corre-corre do pregão da Bolsa, mas, numa semana como a passada, ignora o ar-condicionado que costuma envolver seu ambiente de trabalho e, literalmente, sua a camisa.
Com um olho fixo na tela das cotações e o outro pescando informações relevantes nas agências de notícia, é ele quem dá a ordem -de compra ou de venda- ao operador de pregão, que corre então para executá-la.
Normalmente com formação superior em administração, economia ou engenharia, é condição fundamental que seja rápido na hora de decidir e tenha intimidade com os números.
Precisa também ter sangue-frio para encarar com naturalidade o risco de perder ou ganhar alguns milhares, às vezes milhões, de reais em minutos.
Na quarta-feira passada, por exemplo, o operador Norberto Giangrande Jr., da corretora Safic, acompanhou as cotações na Bolsa paulista subirem 8,8%.
No dia anterior, tinha visto elas despencarem outros 8,5%.
"Nesses dias a gente chega a suar de tanto nervoso que passa", diz Giangrande.
Como operador, uma das suas tarefas é traçar estratégias para o dia, o que começa pela leitura criteriosa do noticiário.
Na quarta, por exemplo, a preocupação de Giangrande era a corrida do governo para aprovar o FEF (Fundo de Estabilização Fiscal), o que só ocorreu depois do fechamento do mercado. A quinta teria um bom motivo para o otimismo. Mas Bolsa preferiu surpreender e caiu 7%.

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