São Paulo, domingo, 20 de julho de 1997
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Executivo dribla problemas com futebol

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Carlos Alberto Stedile, 53, engenheiro da Rhodia, começou a jogar bola com seus pares na época do Plano Collor para tentar, com o esporte, aliviar a tensão presente em sua equipe de trabalho.
"O nível de atrito pessoal estava exagerado. Precisávamos descontrair de alguma maneira", diz o engenheiro.
A iniciativa deu resultado, e a equipe de jogadores cresceu. A consequência é que o engenheiro agora organiza um time de vôlei. "Estamos equacionando os horários dos jogos."
No grupo de futebol de Stedile, que se reúne toda quarta-feira após o expediente, reúne diversos níveis hierárquicos da empresa. "Só não gostamos muito dos mocinho que corre demais", brinca o engenheiro cinquentão.
Quando mudou de emprego, há sete anos, o diretor de grandes riscos da AGF, Matias Romano de Avilla, convenceu seus novos colegas a jogar bola juntos. Ele já praticava futebol com os funcionários da Itaú Seguros.
"É a melhor forma de descontrair, de colocar a neurose do trabalho para fora", afirma.
Hoje, a turma da AGF, formada por executivos, auditores e funcionários administrativos, joga religiosamente todo sábado. Além disso, é permitida a participação dos filhos nas partidas. "Eles ficam mais experientes, por jogar com os mais velhos."
Lazer
A chuveirada, a cerveja e o bate-papo que acompanham os jogos também ajudam a aumentar a sociabilidade entre os funcionários e a quebrar eventuais barreiras.
Adalberto Manoel, gerente de produção da Bosch, em Campinas , diz que uma vez por mês a partida é seguida por grandes trucadas.
"A vantagem é que a equipe de trabalho passa a ser também a equipe de lazer", diz Manoel.
Outro exemplo de descontração são os comentários após os jogos. O gerente da Bosch lembra um campeonato interno de veteranos (acima de 39 anos) no qual ele e o diretor jurídico formaram uma boa dupla de atacantes.
"Ganhamos o campeonato, mas o comentário era que os outros jogadores driblavam todo o time adversário e, no fim, nos davam a bola para fazermos o gol."
O engenheiro Nelson Tadeu Pereira, atual secretário de desenvolvimento econômico e emprego da Prefeitura de Santo André, sente falta do esporte em grupo.
Há um ano no cargo, ele deixou a gerência geral de uma multinacional, na qual tinha o sagrado futebol. "O esporte mostra a personalidade das pessoas. Tem o teimoso, o conciliador, aquele que não sabe perder...", afirma.

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