São Paulo, domingo, 20 de julho de 1997
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Grupo nasceu pichando muros

CYNARA MENEZES
DA ENVIADA ESPECIAL

Mesmo separatista desde sua origem, o grupo terrorista ETA (Euskadi ta Askatasuna -Pátria Basca e Liberdade, em basco) chegou a encantar grande parte dos espanhóis com suas ações durante a ditadura franquista (1939-1975).
"Naquela época, a luta armada se justificava e ações foram vistas com simpatia", disse o porta-voz do PNB (Partido Nacionalista Basco), o deputado Joseba Egibar.
Atualmente, o ETA diverge do PNB, mas foi aí onde primeiro se abrigou, em 1952, ainda com o nome de Ekin (fazer).
Em 1958, romperiam com o PNB e fundariam o ETA. As primeiras ações do grupo eram inocentes: distribuir as então proibidas bandeiras do País Basco e pichar muros. Um ano depois começaram a usar bombas caseiras e, quatro anos mais tarde, dinamite.
O primeiro assassinato veio em 1968, em ação não planejada. Abordado por um guarda de trânsito, Txabi Etxebarrieta, que estava com documentos falsos, disparou sua arma, matando o policial.
Desde então, quase 800 pessoas foram mortas. Com a chegada dos socialistas ao poder, em 1982, parte do ETA deixou o grupo em uma trégua indefinida. Começa aí a nova e discutível atuação do grupo, que culminou com a morte do vereador Miguel Angel Blanco.
"A luta armada é consequência da repressão que sofremos", disse Mercedes San Epifanio. Felipe, seu filho, está preso, condenado a 400 anos de prisão por plantar bombas no aeroporto de Barcelona.
(CM)

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