São Paulo, domingo, 20 de julho de 1997
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Sistema seria "poupança forçada"

HENRIQUE SKUJIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos adeptos do consórcio alega que o sistema é bom porque funciona como uma "poupança forçada".
"Todo mês eu sei que preciso reservar o valor da prestação para pagar a mensalidade", diz o pedagogo Ronaldo Szwarc, 26, que há 36 meses paga prestações médias de R$ 250 no consórcio de um Corsa Wind.
Para aqueles que não têm necessidade de retirar o carro na hora, como no financiamento, o consórcio acaba sendo muito usado -principalmente por quem já tem um carro.
"Pago pouco por mês e não estou com pressa para retirar o carro porque tenho um Gol. Quando sair, saiu", explica Szwarc.
O corretor de seguros Clóvis Novaes, 31, também é um adepto do consórcio.
"O ideal seria pagar à vista, mas, como não dá, só compro carro por consórcio", explica.
Outra vantagem alardeada por aqueles que optam pelo consórcio é o fato de não ser necessário aprovar crédito.
Isso acontece porque o carro, apesar de sair em nome do consorciado, fica "preso" à administradora até o fim do pagamento das prestações.
Para alguns usuários, é uma maneira de escapar da burocracia -ou da dificuldade- de obter o financiamento.
Por isso o consorciado não poderá tirar o carro por lance ou sorteio e vendê-lo à vista, como forma de investimento.
Outro lado
A bancária Marisa Rubal Carballeira, que retirou no início de junho um Gol 1000, acredita que "seria muito mais lucrativo se tivesse investido o dinheiro das prestações para depois comprar o carro à vista".
Além disso, a bancária teve problemas com a administradora do consórcio. "Quando fui sorteada, não quiseram me entregar o carro."
Marisa teve de recorrer ao Procon (Fundação de Proteção do Consumidor) para exigir o carro.
Problemas na entrega do carro não são raros no consórcio. Por isso é importante saber sobre a confiabilidade da administradora para não correr o risco de perder o dinheiro investido.
A administradora do consórcio da bancária Aparecida Elisabeth Florio foi liquidada judicialmente quando ela havia acabado de pagar as 50 prestações, de aproximadamente R$ 500, referentes a um Gol GL.
Isso aconteceu há três anos, e, até hoje, Aparecida está na Justiça tentando recuperar o dinheiro perdido.
(HS)

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