São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Real dobra operações no Mercosul em 1 ano

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um salto de 100%, de 96 para 97, no valor das operações do banco Real é um dos motivos que explicam a agressividade da instituição no exterior.
"Neste ano, devemos dobrar o valor das operações, passando de US$ 600 milhões (em 1996) para US$ 1,2 bilhão só no Mercosul, Chile e Bolívia", afirma Renê Aduan, diretor-geral do Real.
Nos outros paíse o crescimento dos negócios também é expressivo: varia de 25% a 30% ao ano.
Nos primeiros seis meses deste ano o valor das operações dessas agências aumentou 66% sobre o de igual período de 96. A previsão para este semestre é crescer 50% sobre igual período de 1996.
A estratégia do Real de entrar agressivo no mercado externo, segundo Aduan, se deve "às oportunidades para realizar bons negócios. As operações são mais seguras e lucrativas e os 'spreads' bem razoáveis -variam de 1% a 2%."
Agora, o Real se prepara para avançar em direção ao Peru, ao Equador e à Venezuela.
O Itaú, que tem 22 agências em Buenos Aires, também quer expandir seus negócios no exterior, mas, por enquanto, na região onde já atua -Grande Buenos Aires.
Antonio Carlos Barbosa, diretor-geral do Itaú na Argentina, diz que, de 84 a 95, o banco operou no país com apenas uma agência.
Em 1995, um aumento de capital, de US$ 18 milhões para US$ 77 milhões, na operação argentina possibilitou a abertura de mais 21 agências.
Barbosa conta que essa expansão se deveu ao fato de o Itaú ter constatado que grande parte da população de Buenos Aires não tinha e ainda não tem conta em banco.
"O potencial de mercado na região é muito grande." O Itaú pretende até março de 1998 ter 35 agências espalhadas pela Grande Buenos Aires. Atualmente, o banco já tem 45 mil contas na região.
O Itaú não tem planos de seguir para outros países. "Buenos Aires é o mercado mais importante da América Latina."
Conta remunerada
O sucesso dos bancos que já têm agências no exterior é que está atiçando os concorrentes a também disputar o mercado internacional.
"O Itaú, por exemplo, lançou a conta remunerada na Argentina e está causando furor na concorrência", diz Erivelto Rodrigues, sócio-diretor da Austin Asis, especializada em risco bancário.
Segundo ele, o potencial de negócios dos bancos na América Latina é que está despertando interesse dos bancos brasileiros.
"Um grande problema dos bancos brasileiros é o aumento de ativos (operações de crédito), mas ativo com qualidade e não com risco de inadimplência. Assim, esse é um bom motivo para abrir bancos na América Latina."
Para ele, a grande vantagem do bancos brasileiros é o sistema de alta tecnologia e a sofisticação dos produtos.

Texto Anterior: Bar original homenageia os clássicos
Próximo Texto: Bozano vai atrás do investidor argentino
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.