São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
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Clínica reabilitadora move líder Paraná contra Lusa

ARNALDO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

Quatro vitórias e um empate em cinco jogos. O surpreendente Paraná Clube tenta hoje, às 16h, em Curitiba, contra a Lusa, manter a liderança isolada no Brasileiro.
Segundo o técnico Sebastião Lazaroni, "a mola mestra para o sucesso do time é a vontade de vencer de um treinador e de jogadores que já ralaram muito no futebol".
O clube é uma espécie de clínica de reabilitação. Acolheu um treinador polêmico e marcado pelo fracasso da seleção brasileira na Copa de 90, na Itália, como Lazaroni, e atletas que haviam fracassado em grandes clubes.
São os casos de Régis (ex-Vasco), Edinho Baiano (ex-Palmeiras), Sidnei e Paulo Roberto Gaúcho (ex-São Paulo), Caio Júnior e Célio Lino (ex-Inter-RS), Osmar (ex-Bahia) e Mazinho Loyola (ex-Corinthians). Com exceção de Gaúcho, todos são titulares.
"Todas as pessoas merecem uma outra chance. Se o Dunga, que foi execrado após a Copa de 90, hoje é o capitão da seleção, por que o Lazaroni não teria outra oportunidade?", indaga o presidente do Paraná, Ernani Buchmann.
"Aqui sou respeitado. Por isso, quando decidi voltar ao Brasil, optei pelo Paraná", disse Lazaroni, em seu retorno ao clube, após passagem pela Turquia.
"O Paraná tem uma grande estrutura, e a cidade é muito boa", disse o volante Sidnei, há dois anos no clube. "Aqui se paga melhor do que em muito clube de São Paulo", afirmou o zagueiro Edinho Baiano, quatro anos de Paraná.
O plano do presidente é manter o time sem estrelas no elenco.
"Essa é a tradição do Paraná. Assim fomos pentacampeões estaduais e não faremos grandes investimentos para jogar um torneio deficitário como o Paranaense."
As poucas revelações são negociadas sem constrangimento. Ricardinho foi para o Bordeaux da França, e Paulo Miranda e Perdigão reforçam o rival Atlético-PR.
"Só assim conseguimos equilibrar a receita", disse Buchmann. "Aqui, não lamentamos as ausências. Incentivamos as presenças", afirmou Lazaroni.
A comissão técnica e a diretoria já fazem contas para a classificação. O Paraná entende que precisa de 40 pontos para se classificar.
O clube planeja seis vitórias nos dez jogos que restam em casa, duas vitórias fora e quatro empates.
Para aumentar sua torcida, está espalhando cartazes pelas ruas e fazendo anúncios em TVs.
O clube deve assinar convênio com o Maringá, cedendo comissão técnica e 20 atletas para ajudar o time na Série C do Brasileiro.

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