São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
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Nem filho sabe onde estão obras de Bratke

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O arquiteto Oswaldo Bratke (1907-1997) construiu só nos Jardins (zona sudoeste de São Paulo) mais de 400 casas.
Mas grande parte delas foi demolida ou totalmente modificada para abrigar a sede de empresas.
Nem mesmo sua família sabe localizar ou quantificar a obra do arquiteto.
Carlos Bratke, filho do velho Bratke e também arquiteto, conta que, para piorar a catalogação, o pai destruiu vários projetos.
Para o arquiteto Hugo Segawa, 41, que vai lançar ainda neste ano um livro sobre a trajetória do arquiteto, "Bratke viveu mais do que sua obra", referindo-se às demolições de suas construções.
"O que restou foi um valor sentimental muito grande. Quem conhece o trabalho valoriza a obra."
Segundo ele, quem procura um arquiteto não está interessado em valorizar seu imóvel, mas quer apenas morar bem.
Quem foi Filho de imigrantes alemães, Oswaldo Bratke (1907-97) formou-se na Universidade Mackenzie (São Paulo), em 1930.
Dois anos mais tarde, monta seu escritório de arquitetura, onde trabalha até 1942 em sociedade com seu amigo e também arquiteto Carlos Botti (morto em 42).
Em um primeiro momento, Bratke se dedica a casas de estilo, seguindo os padrões da época (que exigiam adornos e pilares). Só a partir da década de 40, incorpora as idéias modernistas.
Seus projetos passam a apresentar a preocupação com a racionalização do espaço, em que a forma vai superar (e muitas vezes romper) os padrões estabelecidos -as salas nem sempre estão na parte anterior da casa, assim como a área de serviço nem sempre está nos fundos do terreno.
Suas principais obras ainda podem ser vistas em São Paulo: o viaduto Boa Vista, de 1930, a casa onde hoje funciona a Fundação Maria Luiza e Oscar Americano, construída em 1950, e a sede da AACD (Associação de Assistência à Criança Defeituosa), projeto realizado entre 1958 e 1963.

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