São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
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Moda dita tendência para os uniformes profissionais

Empresas aliam tradição e criatividade para crescer no setor

DA REPORTAGEM LOCAL

Os uniformes já não são os mesmos: camisa azul para os porteiros ou vestido-padrão para cozinheira. Os fabricantes estão inovando para ganhar espaço nesse setor.
E essa é a principal explicação dada pelas empresas para justificar um crescimento de até 20% nas vendas em relação ao ano passado.
Por isso estar em sintonia com a moda e ter variedade são as palavras de ordem. "A criatividade é a principal arma para crescer no negócio", conta Carlos Eduardo Strauss, 45, sócio da Profashion, que fabrica uniformes desde 1938.
A empresa, dona da marca AB Uniformes, tem até loja em shoppings, como no Iguatemi, em São Paulo. No total, são quatro unidades na Grande São Paulo.
A Profashion produz mais de 200 tipos de uniformes. Segundo Margareth Narriman, 40, supervisora administrativa, a linha mais vendida é a feita para empregadas domésticas, que está mudando.
"Estamos usando tecidos mais leves e coloridos." O preço dessas peças vai de R$ 19 a R$ 55. A empresa não revela o faturamento.
A Profashion, assim como outras empresas, emprega estilistas, que criam roupas exclusivas.
"Hoje há uma preocupação muito maior das empresas com o visual dos funcionários", afirma Alice Nemie Hara, 40, sócia da Maria's Haus, há 20 anos no ramo.
A fábrica, criada em 1977, produz 15 mil peças por mês. A previsão é fechar o ano com faturamento 30% maior que o de 96.
A concepção de novos modelos chegou com mais força ao segmento de roupas para executivas, recepcionistas e secretárias.
Nessa área, os fabricantes podem criar modelos mais flexíveis, como "tailleur", "blazer" e vestido.
"As empresas que nos procuram querem roupas cada vez mais elegantes e sofisticadas", afirma Maria de Fátima Santana, 39, dona da Business Woman La Pozze.
Segundo ela, a marca fornece uniformes principalmente para funcionárias de revendedoras de veículos, como Fiat e GM, e de empresas do setor de saúde. O kit básico para executivas, que inclui dez peças, fica em R$ 480.
"Algumas empresas evitam até usar a logomarca nas roupas para afastar a idéia de uniforme", diz.
Maria de Fátima conta que o faturamento da marca cresceu 20% em relação ao ano passado. Cerca de cem peças saem diariamente da fábrica da marca, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).
Longe das tendências da moda, alguns modelos de uniforme mantêm o mesmo "jeitão" há anos.
É o caso dos macacões de pilotos de automobilismo. "As principais mudanças são nas cores, fixadas pelos patrocinadores, e no tecido, que tem se tornado mais resistente", conta Jeverson Romano, 33, sócio da Twitter, criada em 1985.
Segundo ele, os macacões levam duas camadas de um tecido especial, que evita queimaduras.
A Twitter vende cerca de 50 peças no início da temporada de corridas por até R$ 50 o m². Os uniformes para pilotos de kart, feitos com uma só camada de tecido especial, custam menos: R$ 3,50 o m².

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