São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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PM-SP passa a exigir 2º grau

IGOR GIELOW
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo paulista determinou ontem que todo aspirante a policial militar só poderá ingressar na corporação se tiver 2º grau completo. Antes, era exigido apenas o 1º grau completo.
Até ontem, data da publicação do decreto nº 42.053/97, aproximadamente 45% dos 6.000 jovens que ingressam anualmente na PM paulista tinham 2º grau.
"A medida é um avanço, dentro de nossa filosofia do 'devagar e sempre', para melhorar a qualidade do serviço à população", disse o secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva.
Todo ano, 90 mil pessoas tentam entrar na PM. "Vamos reduzir esse número e aumentar o percentual de pessoas que são aprovadas. Este ano foram só 7%", afirmou Silva. Em São Paulo, há 79 mil policiais militares.
Outro ponto do decreto é o aumento no tempo de experiência. Antes, o PM saía da academia após oito meses de treinamento.
Agora, os oito meses de treinamento continuam os mesmos, mas se estende para um total de dois anos o período no qual o PM está "em experiência" -podendo ser avaliado e desligado.
"Precisamos melhorar a capacidade de o PM apreender conhecimentos", afirma o secretário. Em 96, o Centro de Formação de Soldados de Pirituba (zona noroeste de São Paulo) calculou que 9% de seus 1.600 alunos haviam passado por uma universidade, tendo 3% o diploma.
A medida vem ao encontro de uma das reivindicações da Associação de Cabos e Soldados do Estado de São Paulo, que já negociou um aumento escalonado de salários este ano.
"Essa era uma de nossas reivindicações principais. Com mais formação, o policial não vai fazer besteiras com um revólver na mão", disse o vice-presidente da associação, José Luís Lira.
Para a associação, porém, são necessárias mais mudanças.
"As propostas do governo federal são até boas, mas a situação no Brasil vai voltar a explodir sem revisão dos salários", afirmou o presidente da Associação Nacional de Cabos e Soldados, Wilson de Morais.
O secretário da Segurança diz que tomou a decisão apesar de estar propondo alterações que podem acabar com a PM. "Não podemos esperar", disse.

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