São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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Ensino de línguas ainda é deficiente

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Saber falar uma segunda língua, especialmente o inglês, é hoje obrigatório. Mas é raro encontrar alguém que tenha aprendido isso na escola. O motivo é simples: o pouco tempo de exposição do aluno à outra língua.
Quase todas as escolas brasileiras são organizadas em um único período (matutino ou vespertino). Com isso, não há como dedicar a esse ensino o tempo necessário.
"Sou contra uma escola de um período ter que trabalhar também o inglês. Há muitas outras coisas importantes", afirma Manuela Anabuki, da Escola Carlitos, que atende crianças até a 4ª série.
Pela legislação brasileira, o ensino de uma segunda língua só é obrigatório por dois anos entre a 5ª e a 8ª série do 1º grau. A maioria das escolas segue isso -daí a deficiência generalizada.
Para contornar esse problema, há algumas opções. Uma é colocar o filho em escola que ofereça uma segunda língua desde cedo. Quanto mais nova a criança, mais facilmente aprende. Mas, o momento ideal de começar é a questão principal -e deve ser discutida com o coordenador pedagógico da escola.
O Colégio Magno oferece inglês como extra desde o maternal (3 anos de idade). O Logos e o Vera Cruz oferecem, também como extra, a partir dos 5 anos.
Já a diretora do Colégio Santa Maria, a irmã Diane Cundiff, diz que tirou o inglês da pré-escola porque "isso estava estava atrapalhando a alfabetização". Agora, o ensino começa na 2ª série.
Outra opção é colocar o filho em uma escola bilíngue -que em geral atende em períodos mais longos, e por isso tem tempo para trabalhar possíveis confusões. Algumas, como o Colégio Visconde de Porto Seguro, só introduzem a segunda língua -no caso, alemão- após a alfabetização, na 3ª série. O inglês entra na 5ª.
Por fim, pode-se matricular a criança na escola de línguas, no período em que não está na aula.
(FR)

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