São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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CENSO E EDUCAÇÃO

Os números do censo de 96 divulgados pelo IBGE mostram que o país teve avanços na área educacional desde 91, mas o cenário ainda está muito longe do desejável. Nesse período, a taxa de escolarização cresceu 11 pontos percentuais entre os jovens de 15 a 17 anos, passando de 55,3% para 66,8%, alteração considerada promissora pelo governo.
Há, porém, dados preocupantes: 13,6% da população com dez anos ou mais tem menos de um ano de escolaridade. Desse total, 90% são analfabetos, segundo o IBGE. É um contingente de 15 milhões de pessoas.
O universo da população com escolaridade inferior a quatro anos também é alto. O índice é de 35,1%, superior ao do Chile (24%), Uruguai (de 7% a 8%) e Coréia do Sul (1%).
Os dados mostram também que 90% dos habitantes entre 7 e 14 anos frequentam a escola -percentual expressivo, mas ainda inferior aos 97% considerados razoáveis.
É inegável que houve avanços no combate ao analfabetismo. O censo de 80 constatou que 25,6% da população com dez anos ou mais não sabia ler ou escrever. Eram 22,4 milhões de pessoas. No censo seguinte, em 91, o percentual caiu a 19,7%. Como houve aumento da população no período, o número absoluto de analfabetos teve pouca redução, passando a 22,2 milhões.
Mesmo com esses avanços, os resultados do censo devem ser celebrados de forma prudente. Há um grande número de pessoas frequentando níveis escolares inferiores ao que deveriam em razão de sua idade. Na faixa dos 18 anos, 90% estão defasados, diz o IBGE. Entre as crianças de 7 anos, 14% estão na pré-escola, quando deveriam iniciar o 1º grau.
Em uma economia globalizada, a educação deixou de ser apenas um indicador social e passou a ser determinante para a competitividade de qualquer país. Por isso, é essencial que o Brasil invista de forma decisiva no ensino. Não fazê-lo significará perder a corrida para os outros países emergentes.

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