São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997
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Câmara aprova FEF, mas governo não vai aumentar investimentos

Prorrogação do fundo vai ser votada agora ao Senado

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os investimentos públicos não crescerão no último ano de mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo a proposta de Orçamento da União para 1998, em estudo no Ministério do Planejamento.
A proposta já conta com a nova prorrogação do FEF (Fundo de Estabilização Fiscal), aprovada ontem à noite em segundo turno na Câmara dos Deputados.
A emenda constitucional que prorroga o FEF até dezembro de 1999 foi aprovada com 34 votos a mais do que o mínimo necessário. O placar apontou 342 votos a favor, 121 contra e 4 abstenções.
O texto da emenda seria submetido a outras quatro votações na noite de ontem antes de seguir para mais dois turnos de votação no Senado.
Oposição
A oposição ainda tentaria impedir que a aprovação do FEF fosse retroativa a 1º de julho, quando o Fundo foi extinto.
A proposta de lei orçamentária para 1998 deverá ser encaminhada por FHC ao Congresso até o final de agosto. O governo conta com o FEF para equilibrar as contas públicas, mas estima que o mecanismo não permitirá o aumento dos investimentos.
Neste ano, o Orçamento da União prevê investimentos de R$ 10,4 bilhões, menos da metade da conta de juros da dívida pública e volume quatro vezes menor que os gastos com pagamento de pessoal.
O Fundo garante liberdade ao governo para gastar cerca de R$ 25 bilhões -equivalentes a 20% do bolo de impostos federais e recursos que a Constituição manda repassar a Estados e municípios e à educação, por exemplo.
A maior parte desse dinheiro deverá ser usado no pagamento de funcionários públicos aposentados, repetindo o que vem ocorrendo desde o início do Plano Real.
Acordo
A nova versão do FEF, em tramitação no Congresso, repõe, a partir do segundo semestre de 1997, parte das perdas dos municípios com o mecanismo. Até o final de 1999, a reposição atingirá R$ 1,9 bilhão.
A proposta negociada com o governo prevê o repasse de R$ 253,6 milhões ao Fundo de Participação dos Municípios, para ser dividido entre os mais de 5.000 municípios brasileiros.
Em 1998, a reposição cresce para R$ 670,7 milhões e, em 1999, atingirá R$ 990,7 milhões.
Esse dinheiro é parte -60%- de um aumento do Imposto de Renda determinado no início do Plano Real e, desde então, não é repassado aos Estados e municípios.
O acordo selado no primeiro turno de votação manteve as perdas dos Estados e do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Na negociação para aprovar o FEF, o governo incluiu empréstimos de R$ 600 milhões junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Esse dinheiro servirá para investimentos sociais e ajuste fiscal nos municípios.

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