São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
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Rennó diz que venda das ações nada vai mudar na Petrobrás

"Continuaremos uma empresa do governo", diz presidente

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Petrobrás, Joel Mendes Rennó, disse ontem que a decisão do governo de vender todas as ações que excedam o limite necessário à manutenção do controle estatal da empresa não representa nenhuma mudança para ela.
"A vida seguirá normalmente. Continuaremos uma empresa do governo, como a legislação determina", disse. Segundo Rennó, "quem tem 50% mais uma ação ou 81,5% das ações manda da mesma forma".
Para o presidente da estatal, "só quem não conhece a legislação" pode imaginar que a venda pela União de uma parte das ações da Petrobrás de sua propriedade representa um passo no caminho da privatização da empresa.
O governo avalia que poderá faturar cerca de R$ 6,6 bilhões vendendo as ações da Petrobrás, aproximadamente o dobro do total apurado com a privatização da Companhia Vale do Rio Doce.
A União é dona de 81,5% das ações ordinárias (com direito a voto no Conselho de Administração da empresa) e de aproximadamente 9% das ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobrás.
A soma dos números acima dá exatamente 51% do capital total da Petrobrás. Pela legislação anterior ao Plano Real, era esse o limite mínimo do capital da empresa que a União deveria deter.
Brito
Um dia antes de o ministro do Planejamento, Antonio Kandir, ter anunciado a inclusão das ações da Petrobrás no PND (Programa Nacional de Desestatização), o ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito, havia dito, em entrevista conjunta com Rennó, que pelo menos neste ano o governo não venderia as ações.
Segundo Brito, o governo iria esperar uma eventual valorização das ações decorrente da maior liberdade que a Petrobrás adquiriu depois que deixou de ser a única executante do monopólio estatal do petróleo.
Ontem, Rennó disse que a decisão quanto à oportunidade de vender os papéis é do governo federal. "O acionista é que sabe quando é mais vantajoso vender as ações", afirmou Rennó. A União ainda não anunciou quando venderá os papéis.

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