São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
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Resultado de mutirão sai em 15 dias

LUCIANA SCHNEIDER
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos dez presos poderão estar em liberdade, depois do mutirão realizado ontem pela Procuradoria de Assistência Judiciária de São Paulo.
Esse número é somente um balanço parcial feito em seis distritos policiais da capital. O resultado final sairá em 15 dias.
O mutirão, que tem por objetivo verificar os presos que poderiam estar soltos, foi realizado ontem em 84 DPs.
Na próxima segunda-feira os procuradores visitarão os nove DPs restantes.
Segundo a procuradora-chefe da Procuradoria de Assistência Judiciária, Jacqueline Zabeu Pedroso, seis homens e uma mulher que estão presos nos 10º, 21º e 62º DPs deveriam estar cumprindo a pena em regime semi-aberto, trabalhando em colônias.
"Como a pena foi fixada na sentença, vou entrar com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça e no Tribunal de Alçada Criminal para transferir esse pessoal para as colônias. Mas como não há vagas, vou pedir também prisão albergue, ou seja, ele só dorme na cadeia", diz Jacqueline.
A procuradora pedirá também o restabelecimento da suspensão condicional da pena (sursis) para Claudio Roberto Rodrigues, 23, que está preso no 96º DP.
Isso porque Rodrigues foi condenado a cumprir pena de dois anos em liberdade, não podendo se ausentar da região ou mudar de endereço sem avisar o juiz.
Como Rodrigues mudou de endereço e a sua ex-mulher não lhe avisou da intimação para comparecer à audiência, o juiz revogou o benefício.
Alvará de soltura
Um dos casos mais graves apontado pela procuradora é a situação de Claudio Roberto de Lima, que está preso no 24º DP.
A pena venceu há quatro meses e até agora ele não recebeu o alvará de soltura.
Diógenes Nascimento Garcia, que está no 16º DP, teve sorte.
A pena dele vencerá na segunda-feira e, com a visita da procuradora, ele poderá ser solto mais rápido.
Jacqueline entrará com uma petição junto à Vara de Execuções, pedindo um alvará de soltura.
"Se dependesse da Justiça, teria de ser enviado um telex para a Vara de Execuções solicitando ao juiz esse alvará, o que demora muito."
Além de regimes semi-abertos que não são cumpridos e alvarás de soltura que demoram, a procuradora aponta ainda que a maioria dos condenados (51,8%) ficam em distritos policiais e não em presídios, como manda a lei.

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