São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997 |
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NY protesta contra suposta tortura policial
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
Um policial já está preso e outro deveria se entregar na noite de ontem por causa do espancamento de Abner Louima, 30, detido na madrugada do último sábado depois de uma briga do lado de fora de uma discoteca. Louima diz ter sido surrado e agredido sexualmente: ele acusa os policiais de terem enfiado em seu ânus e em sua boca o cabo de um desentupidor de pias. Na próxima quarta, o policial Justin Volpe, 25, que chegou a estar preso, terá de se apresentar para a primeira audiência de seu julgamento. Ele foi libertado após pagar fiança de US$ 100 mil. "Os culpados pagarão caro", afirmou o prefeito, rebatendo críticas de que a polícia de Nova York é conivente com a situação. Em 96, houve mais de 20 mil reclamações sobre abusos de poder pela polícia, mas apenas uma delas terminou na demissão do policial envolvido. "É ele quem deve responder pela atitude dos policiais. Foi um escândalo, e não se trata do primeiro caso de violência do governo Giuliani (republicano)", protestou Al Sharpton, pré-candidato à prefeitura pela chapa democrata. "O caso aconteceu no pior momento possível e serve para reforçar os estereótipos que as pessoas têm em relação à polícia", lamentou Dennis Walcott, do comitê criado para promover o respeito aos direitos humanos na polícia. Preocupado, Giuliani, em nova entrevista coletiva sobre o assunto, continua prometendo providências drásticas. "Exijo que tudo seja apurado. Os responsáveis receberão uma punição exemplar", prometeu o prefeito. Se condenado, o policial Volpe pode pegar até 25 anos de prisão. Mas Marshall Trager, seu advogado, acredita na absolvição de seu cliente: "Uma vez que o caso seja julgado no tribunal, e não pela imprensa, ele será absolvido". No 70º distrito do Brooklyn, local em que teria acontecido a agressão ao imigrante, cabeças já estão rolando. O inspetor Jeremiah Quinlan e o capitão William Walsh, que comandavam o distrito, foram transferidos de lá. Thomas Bruder, 31, companheiro de trabalho de Volpe, também foi suspenso e deve ir a julgamento, acusado de participar ativamente do espancamento. Outros dez policiais estão sendo investigados. No total, 12 devem ir aos tribunais. Texto Anterior: Professora de 35 tem filho com aluno de 13 Próximo Texto: Índia pede revolta contra corrupção Índice |
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