São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 1997
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Promotoria apura doação de trens a SP

IGOR GIELOW
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público paulista instaurou ontem inquérito civil para apurar a doação de 48 trens elétricos feita pela Renfe (Red Nacional de los Ferrocariles Españoles) ao governo paulista.
Isso porque a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) firmou contrato com a Renfe para a reforma total dos mesmos trens doados -a um custo de R$ 93 milhões, fora os gastos com frete e Imposto de Importação.
O negócio foi revelado pela Folha na semana passada. Empresários brasileiros alegam que o custo por composição de trem (uma locomotiva e dois vagões) nova seria menor que o da reforma.
Um trem novo, diz a associação do setor ferroviário, custaria R$ 2 milhões. A reforma de cada um na Espanha custará R$ 1,8 milhão -fora gastos de importação- e haveria a dependência de peças espanholas, que já não são mais utilizadas pelos europeus.
Além disso, foi dispensada a licitação. A CPTM alega que a indústria nacional não conseguiria entregar os vagões, e que a licitação foi dispensada porque só a Renfe poderia executar a reforma por deter toda tecnologia da série 440 -à qual pertencem os 48 trens.
Segundo os promotores que instauraram o inquérito, é preciso saber se houve dano aos cofres públicos e improbidade administrativa por parte da CPTM.
O Ministério Público vai agora oficiar a companhia pedindo todos os documentos relativos à doação. O TCE, que já ordenou auditoria especial sobre o caso, deverá repassar suas análises. Empresas nacionais também serão consultadas.

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