São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 1997 |
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Sem-terra fazem 4 reféns no Incra de AL Agricultores exigem assentamento ARI CIPOLA
O superintendente da Polícia Federal em Alagoas, Bergson Toledo, solicitou à Tropa de Choque da Polícia Militar que cercasse o prédio. "Vamos esperar uma solução até amanhã (hoje) para depois fazer a desocupação", afirmou. Os sem-terra que invadiram a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) tinham sido expulsos pela PM na última terça-feira da fazenda Boa Fé, em Atalaia (68 km de Maceió), por decisão judicial. Segundo o coordenador do MST no Estado, Marco Antônio da Silva, os reféns só serão liberados se o Incra atender às exigências dos sem-terra. "Os trabalhadores passam fome e querem lona, comida e o assentamento imediato", disse Silva, conhecido como Marrom. "Na expulsão, a PM rasgou todas as lonas e o pessoal está há uma semana dormindo ao relento e sem comida. Se a polícia invadir, vai ter morte. O pessoal está desesperado", disse. O superintendente interino do Incra, Itamir Albuquerque, ficou do lado de fora do prédio para não ser tomado como refém. Albuquerque disse que temia entrar para negociar com os sem-terra porque teria ouvido dos líderes do movimento que a "situação está fora do controle do MST". Sem agua Os sem-terra invadiram dois dos 11 andares do prédio que são alugados pelo Incra. O síndico do edifício, João Cavalcante Gomes, determinou o corte da água e de energia do andares invadidos. Os reféns Vidal Pires Ramos, Ivan Melo, Roberto Alencar e Marcos Lins estão detidos por 50 sem-terra na sala do superintendente do órgão, Ricardo Vitório, que está em férias. A sala e os corredores são iluminados por velas. "Ainda não almocei e não posso sair daqui. Estou com medo de uma reação, mas tenho a consciência de que sou um homem velho, vivido", afirmou Ivan Melo. Texto Anterior: Mudança que não houve Próximo Texto: Novos líderes do MST enfrentam pressões Índice |
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