São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 1997 |
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Identificação de filho de oficial leva 8 meses
MARCELO GODOY
Ricardo é filho do comandante-geral da PM, coronel Claudionor Lisboa. "Não quero nada com o pai. Meu problema é com o filho, que assaltou minha mãe", disse o empresário Heitor Salvetti Sanches, 51. Ontem, Ricardo Lisboa estava intimado a comparecer ao 70º DP, que apura o caso. Em vez dele, a Polícia Civil recebeu uma petição do advogado de Ricardo, Eduardo Pizarro Carnelós que afirmou não ter "nenhuma razão para ajudar a tornar legítimo um reconhecimento ilegal" que envolve Ricardo com "fatos que ele não participou". Essa não é a primeira vez que Ricardo falta a um reconhecimento pessoal na delegacia. Antes, deixara de comparecer em 20 de janeiro passado. O reconhecimento é um pedido do Ministério Público, que não quer acusar o suspeito antes dessa requisição ser atendida. No reconhecimento pessoal, o suspeito é posto ao lado de pessoas semelhantes a fim de que a vítima tente apontá-lo. No caso das fotos, repete-se a norma. Havendo um suspeito que não está foragido, a polícia leva, geralmente, 30 dias para concluir a apuração. Denúncia Ricardo foi acusado pela primeira vez em setembro de 1996 quando o garçom Abelar Rodrigues Pereira, 22, foi preso. Pereira disse que roubava com Ricardo e que haviam assaltado um taxista. Mas o taxista não reconheceu Ricardo, que não foi acusado do crime. Pereira também disse que vira em Porto Feliz (SP) um Mercedes-Benz vermelho roubado por Ricardo. Ele, que mora com a mãe naquela cidade -ela é separada do comandante da PM-, teve, na época a imagem exibida pela TV. A dona-de-casa Luzia assistiu às reportagens e reconheceu Ricardo. Ela informou o fato à polícia. Segundo seu filho empresário, um delegado pediu que ela tentasse reconhecer Ricardo dias depois por meio de fotos. Ela o apontou, mas o reconhecimento, segundo Heitor, não foi formalizado. Só em janeiro deste ano o inquérito contra Ricardo foi aberto, e o reconhecimento fotográfico, formalizado. Em junho passado, o empresário procurou a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo. Denunciou a morosidade da apuração do crime e disse que os policiais civis justificaram a não-formalização do primeiro reconhecimento fotográfico alegando ser ordem da Delegacia Geral. Texto Anterior: 'Caixa amarela' vai ajudar trânsito de SP Próximo Texto: Para advogado, acusação é política Índice |
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