São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 1997 |
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"A Lente" é previsível
AUGUSTO MASSI
Sam (Matthew Broderick), jovem astrônomo apaixonadíssimo por Linda (Kelly Preston), é abandonado por essa que, além de se mudar para Nova York, o troca por um francês bem charmoso, Anton (Tcheky Karyo). Este, depois de noivar e obter seu visto de permanência nos EUA, larga a fotógrafa Maggie (Meg Ryan). A separação aproxima Sam e Maggie. O primeiro, um caipira açucarado vindo do interior do país, está convencido de que vai recuperar a namorada de infância e, para isso, se muda para Nova York. A segunda, uma cosmopolita com sentimento de vingança, quer infernizar a vida de Anton. Embora com objetivos distintos, ambos juntam suas forças e traçam um plano capaz de pôr fim ao romance entre Linda e Anton. A nova situação amorosa será expressa por contraste arquitetônico frequente nas ruas do Soho: Sam e Maggie ocupam um edifício abandonado, adequado ao perfil sentimental dos novos proprietários, em frente, ao apartamento de Anton e Linda. Para acentuar a comparação entre os casais, o roteiro introduz algo que enriquece a trama narrativa: a câmera obscura. Esse aparelho, utilizado pelos pintores renascentistas, recebe a imagem externa e a reproduz com perfeição num ambiente fechado. Sam, apoiado em seus conhecimentos científicos, constrói uma câmera obscura que lhe permite trazer para dentro do seu apartamento o cotidiano de Anton e Linda. É como assistir a um filme dentro do outro. Apesar do roteiro engenhoso, o filme se torna, da metade para o fim, bem previsível. Quando Sam e Maggie descobrem que o amor não está refletido nas projeções da câmera obscura, o cinema já estava pensando no que fazer depois. Filme: A Lente do Amor Produção: EUA, 1997 Direção: Griffin Dunne Com: Meg Ryan, Matthew Broderick Quando: a partir de hoje, nos cines Olido 2, Interlagos 5 e circuito Texto Anterior: Lopez emerge nos EUA Próximo Texto: "Os Matadores" é road movie brasileiro Índice |
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