São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Vítimas são desfiguradas

RUBENS VALENTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PONTA PORÃ (MS)

A pesquisa do CDDH cita métodos utilizados pelos assassinos na fronteira para dificultar a identificação dos corpos. Segundo o relatório, os corpos muitas vezes são queimados, total ou parcialmente, com uso de gasolina, pneus ou dentro do automóvel da vítima.
As vítimas geralmente são desfiguradas, a tiros de escopeta, metralhadora, pistola ou fuzil.
As armas são vendidas livremente em casas de comércio de Pedro Juan Caballero. Uma escopeta custa em média US$ 460. Um fuzil AR-15 sai por US$ 1.500.
O CDDH também pesquisou a violência na fronteira entre Corumbá (MS) e Puerto Quijaro, na Bolívia. Entre junho de 95 e julho último foram registrados 13 mortes e desaparecimentos forçados.
Na região, um dos métodos empregados pelos matadores para dificultar a identificação tem sido atirar os corpos das vítimas aos rios, infestados de piranhas.
A pesquisa aponta locais usados como pontos de "desova" na fronteira Brasil-Paraguai: Três Bocas, rios Paraguai e Paraguai-Mirim, BR-267 e BR-463.

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