São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Construtoras apostam em baixa renda

Novas unidades chegam a 5.400

OSCAR RÖCKER NETTO
EDITOR-INTERINO DE IMÓVEIS

A faixa de baixa renda entrou na ordem do dia das construtoras. Animadas pelo desempenho das cooperativas habitacionais, quatro das principais construtoras da cidade vão lançar cerca de 5.400 unidades até o final do ano, com um volume de vendas que chega a R$ 300,4 milhões.
Esses lançamentos equivalem a mais do que o dobro (2.900 apartamentos a mais) das unidades lançadas por meio de autofinanciamento (construção com recursos da própria construtora) pelas empresas que financiam a faixa de renda entre R$ 1.000 e R$ 2.500.
A primeira a operar nesse mercado foi a Rossi Residencial, por meio do plano "Vida Nova", em novembro de 96.
Segundo Rui Gragnani, diretor comercial da Rossi, esse mercado tem potencial para crescer pelo menos 40% no ano que vem. As cooperativas foram responsáveis por 40% dos lançamentos realizados em São Paulo no ano passado -30,3 mil unidades no total. Esses imóveis têm prestação mensal entre R$ 350 e R$ 500 e representam a chance para o consumidor com baixo poder aquisitivo adquirir a casa própria.
Além do valor envolvido, os lançamentos representam uma guinada na atuação de mercado. A Inpar, terceira maior construtora em número de lançamentos de 96, segundo levantamento feito para a Folha pela Amaral D'Avila Engenharia de Avaliações, inaugura sua atuação na baixa renda com um megaempreendimento.
Num terreno de 65 mil m2 na avenida Celso Garcia, a empresa começa a construir no início do ano que vem 28 edifícios, que juntos terão 1.800 unidades, de dois (53 m2) e três dormitórios (62 m2). A área equivale a cerca de nove campos de futebol.
O investimento da empresa chega a R$ 60 milhões. A área será cercada e terá um centro comercial para atender os moradores. O empreendimento será lançado em quatro etapas até o segundo semestre de 98.
Tradicional construtora de flats e imóveis de alto padrão -com preços entre R$ 90 mil e R$ 1 milhão- a empresa aposta suas fichas nos imóveis populares para aumentar o faturamento de R$ 200 milhões obtido em 96. A estimativa para 97 é de R$ 250 milhões.
"A classe emergente está com bom poder de compra e tem um potencial ilimitado", diz Gerson Bendilati, diretor de incorporações da empresa.
Segundo ele, os imóveis populares devem responder por 50% do desempenho da empresa nos próximos três anos.
As construtoras Goldfarb e CGN Galli completam o quadro das construtoras com autofinanciamento para a baixa renda. Em dezembro passado, elas começaram a operar o plano "Melhor Impossível". As 840 unidades lançadas naquele mês foram todas vendidas em três meses.

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