São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Dívida trabalhista divide funcionários

CLÁUDIA PIRES
DA ENVIADA ESPECIAL

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a Embraer estão tentando, há mais de dois meses, chegar a um acordo sobre dívidas trabalhistas.
A dívida é resultado de uma decisão judicial que anulou acordo feito entre a Embraer e o sindicato em 1990. Por meio desse acordo, a empresa teria pago, em janeiro e fevereiro de 91, reajustes que deveriam ter sido pagos em novembro e dezembro do ano anterior.
A empresa e o sindicato discordam em relação aos valores desse saldo devedor. Para Antônio Donizete Ferreira, presidente do sindicato, o valor proposto pela Embraer é inferior ao total da dívida.
Toda a disputa gira em torno de 7,69% de reajuste que a empresa afirma ter dado e o sindicato contesta. "A dívida com os trabalhadores varia de 11 a 14 salários. O que estão oferecendo é muito menos do que isso", afirma Ferreira.
Maurício Botelho, presidente da empresa, diz que a Embraer propôs aos empregados que estão na empresa o pagamento de R$ 2.750 em três vezes a partir deste mês.
Desde o dia 31 de julho, a empresa está fazendo acordos individuais com os trabalhadores que aceitarem a proposta.
Para o sindicato, isso está dividindo os funcionários. "Muitos acabam aceitando porque estão precisando de dinheiro. Mas queremos o que é certo", diz Ferreira.
Ele afirma que a empresa não está preocupada com isso. "Todos os trabalhadores que estão sendo recontratados são obrigados a retirar, da Justiça, o processo trabalhista contra a empresa, o que é absurdo. Também estão sendo contratados novos trabalhadores que ganham um terço do que os que estavam na empresa anteriormente."
A Embraer nega as acusações e afirma estar dando todo o suporte "para que os funcionários se sintam bem na empresa", o que inclui participação nos resultados.
Segundo ele, a empresa distribuiu US$ 3,5 milhões de participação em 96, o que representou cerca de R$ 800 para cada funcionário.
As contratações também devem continuar. A intenção é ter 4.000 funcionários até o final do ano e 5.000 até dezembro de 98.
(CP)

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