São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997 |
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Leilão de privatização foi adiado seis vezes
CLÁUDIA PIRES
Mas o processo de privatização foi longo, conturbado e levou 1.059 dias para ser concluído. O leilão da companhia foi adiado seis vezes, até 7 de dezembro de 1994, quando a empresa finalmente foi à venda na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Na época, representantes dos sindicatos locais questionavam a venda de uma estatal do porte da Embraer e organizaram protestos contra o leilão. A empresa foi vendida em apenas 57 minutos por R$ 154,1 milhões -valor total pago na época. O preço final ficou apenas 0,3% acima do valor mínimo fixado para o leilão e foi pago integralmente em títulos da dívida de estatais ("moedas podres"). Depois de concretizada a operação, o consórcio vencedor se comprometeu a investir US$ 100 milhões em um ano e meio para a modernização da empresa. Os primeiros dez anos de atuação da Embraer podem ser considerados os "anos de ouro" da empresa. Nessa época, o principal produto era o avião Bandeirante, que praticamente alavancou o transporte regional no Brasil. Mesmo sem obter grandes lucros, a empresa conseguiu se manter e divulgar o produto no mercado nacional e internacional. Na onda do sucesso do Bandeirante, a Embraer lançou o Tucano, que teve mais de 600 unidades vendidas para 14 forças aéreas no mundo. Nessa época, a empresa era presidida por Ozires Silva, coronel da reserva da Aeronáutica. Aviões comerciais No início dos anos 80, a empresa optou por desenvolver os aviões comerciais, como o Brasília. Os problemas começaram a aparecer na segunda metade dessa década. Os prejuízos surgiram e a estatal começou a perder sua credibilidade internacional. Silva esteve à frente da Embraer por 17 anos. Ele só se afastou da presidência da empresa em 86 para assumir a Petrobrás. Depois disso, foi ministro da Infra-estrutura durante o governo Fernando Collor. Vários dirigentes nomeados pelo governo tentaram recuperar a empresa depois disso, sem sucesso. Em julho de 91, Silva retomou a presidência da empresa. Maurício Botelho saiu do Bozano, Simonsen para assumir a presidência da Embraer em setembro de 95. Segundo ele, só a partir daí foi possível dar fôlego aos projetos que devolveriam a participação da empresa no mercado. (CP) Texto Anterior: Dívida trabalhista divide funcionários Próximo Texto: EMB-145 começa a voar amanhã no país Índice |
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