São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997 |
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Juiz condena Maluf no caso da maratona
MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
A decisão do juiz Egberto de Almeida Penido, da 4ª Vara da Fazenda Pública, tornou nulo o contrato assinado entre a prefeitura e a emissora de TV. O juiz considera que a Prefeitura de São Paulo deveria ter aberto concorrência pública para a organização e transmissão do evento. Porém, a gestão de Paulo Maluf fechou acordo de exclusividade com a Rede Globo, sem ter permitido a concorrência. A alegação de Maluf na época foi de que a Globo seria detentora exclusiva dos direitos de organização e transmissão desse tipo de prova. Mas a Confederação Brasileira de Atletismo, que teria cedido os direitos de exclusividade à Globo, negou a informação. A dispensa de licitação pública para escolher qual emissora poderia organizar e transmitir a maratona custou dois processos à Prefeitura de São Paulo. Uma ação popular foi proposta pelos vereadores paulistanos José Eduardo Martins Cardozo e Adriano Diogo (PT). Outra, pelo empresário Jair Vieira Leal, que ainda acusou Maluf de usar dinheiro público para fazer propaganda pessoal. Participaram da prova mais de 5.000 competidores, que percorreram 41,2 km na cidade passando por obras malufistas, como prédios do Cingapura e o túnel Ayrton Senna, sob o Ibirapuera. "O ex-prefeito ainda pode recorrer da condenação", afirmou Cardozo. "Mas acredito que a sentença deva ser mantida pelo flagrante abuso cometido com dinheiro público." É a segunda vez que Maluf é condenado a devolver dinheiro aos cofres públicos em decorrências de eventos esportivos. Após a Copa de 1970, o então prefeito de São Paulo presenteou os jogadores tricampeões com 25 Fuscas. Foi processado e, depois de condenado pelo Supremo, em 1981, Maluf depositou o dinheiro em juízo e recorreu. Em 1995, foi liberado da devolução pelo próprio Supremo. Outro lado Procurado pela Folha, o ex-prefeito Paulo Maluf declarou, por intermédio de sua assessoria, que só vai se pronunciar quando receber um comunicado oficial da decisão. O ex-secretário Ivo Carotini e o diretor de esportes da Rede Globo, Ciro José Gonzales, procurados na tarde de ontem, também não atenderam a reportagem. Texto Anterior: MG quer reter dinheiro do Credireal Próximo Texto: Benefício pode voltar Índice |
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