São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
"Cravos", de Pina Bausch, fala de repressão
CRISTINA GRILLO
O espetáculo será apresentado no Teatro Municipal (centro do Rio) hoje e domingo. A inspiração para a coreografia surgiu de uma experiência de Bausch com o clima repressivo que dominava o Chile no início dos anos 80. Lá, durante uma temporada de férias, a alemã viu um campo de flores protegido por cães ferozes. "Os cães evitavam qualquer aproximação das pessoas com a beleza das flores", contou a coreógrafa. "Cravos" reproduz no palco o clima opressivo da cena: 8.000 flores espalhadas pelo palco são vigiadas por quatro cães pastores alemães. Do outro lado, os bailarinos da Tanztheater Wuppertal mostram uma coreografia criada a partir de suas memórias afetivas. "Usei as lembranças dos bailarinos, seus traumas e experiências de vida para criar a coreografia", explicou Bausch, que define "Cravos" como uma metáfora sobre a busca do amor. A trilha sonora de "Cravos" utiliza peças de compositores clássicos, como Franz Schubert, e populares, como Gershwin, Louis Armstrong e Quincy Jones. A encenação também faz uma junção entre dança e teatro, onde os bailarinos, além de dançar, falam. As lembranças dos bailarinos foram usadas para a criação dos textos. Para a apresentação no Teatro Municipal do Rio, os bailarinos da companhia têm ensaiado seus textos em português, mas Bausch ainda não decidiu se a versão apresentada será mesmo a traduzida. Duas brasileiras que fazem parte da companhia têm ajudado os bailarinos no aprendizado dos textos em português: Ruth Amarante, que semana passada interpretou o papel principal na encenação de "Ifigênia em Tauris", e Regina Advento, ex-bailarina do grupo Corpo. (CG) O quê: Cravos Direção: Pina Bausch Onde: Teatro Municipal do Rio (praça Floriano, s/nº, Cinelândia, centro, tel. 021/297-4411) Quando: hoje (20h) e domingo (17h) Quanto: R$ 70 (platéia ou balcão nobre), R$ 30 (balcão simples), R$ 25 (balcão simples lateral), R$ 15 (galeria) e R$ 10 (galeria lateral) Texto Anterior: Orquestra tem garra Próximo Texto: Bienal perde público, mas vende mais Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |