São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
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Netanyahu duvida da paz no Oriente Médio

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou ontem que um Oriente Médio mergulhado em paz total deveria ser esquecido, informou o jornal "Maariv".
O premiê se referia aos prognósticos do governo de esquerda que o antecedeu.
"É possível, com grandes esforços, chegarmos a acordos de paz com nossos vizinhos mais próximos, mas não com Estados como Irã e Iraque", disse o premiê, líder de uma coalizão de direita.
Netanyahu foi eleito em 1996, batendo seu rival trabalhista, o ex-premiê Shimon Peres.
Peres, que sucedeu Yitzhak Rabin em 1995 depois que este foi assassinado por um radical judeu, frequentemente se referia a um "novo Oriente Médio", no qual Israel estabeleceria a paz com os Estados árabes e os palestinos.
"Nós temos de esquecer o 'novo Oriente Médio'. Não existe algo assim", disse Netanyahu.
O premiê afirmou que uma meta realista consistia em atingir acordos de paz com seus vizinhos mais próximos e eles não seriam "amigáveis".
O atual líder israelense vem sendo acusado pelos árabes de ter colocado o processo de paz para a região em crise.
Desde maio deste ano, as negociações entre palestinos e israelenses estão paralisadas. A paralisação vem sendo acompanhada pela deterioração das relações com Estados árabes. Recentemente, os choques entre tropas israelenses e radicais islâmicos no sul do Líbano se intensificaram.
O governo trabalhista (de esquerda) liderado por Rabin havia inaugurado o processo de paz com os palestinos em 1993. O dirigente também parecia disposto a uma aproximação com a Síria. Ontem, um assessor de Rabin, Itamar Rabinovich, afirmou que o premiê estava disposto a uma retirada total das colinas do Golã em troca de paz com a Síria.
As colinas, no sudoeste da Síria, foram ocupadas por Israel em 1967. As negociações entre os dois países estão suspensas desde a posse de Netanyahu, que se opõe à devolução do território ocupado.
Combates no sul do Líbano
O sul do Líbano voltou a assistir ontem a uma intensificação nos choques que ali são constantes.
Quatro soldados de Israel foram mortos e outros 16 ficaram feridos quando foram atacados pelo grupo radical islâmico Movimento Amal na zona de segurança.
Horas antes, aviões israelenses haviam atacado posições de outro grupo radical que atua na região, o Hizbollah.
Foi o 60º ataque aéreo israelense no Líbano neste ano.
Israel ocupa desde 1982 uma faixa de 15 km de largura no território do sul libanês.
Na semana passada, dez civis, um miliciano pró-Israel e três membros do Hizbollah foram mortos.

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