São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
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Ação revela projeto na ONU

DA REDAÇÃO

Ação revela pretensão na ONU
A ofensiva diplomática do presidente Nelson Mandela no Sudão faz parte dos esforços sul-africanos para conseguir um lugar permanente numa futura reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas -posto também almejado pelo Brasil.
A reforma do conselho, oficialmente para adequá-lo às alterações ocorridas no mundo desde a fundação da ONU, ao final da Segunda Guerra Mundial, deve alterar o número de membros permanentes e temporários.
Atualmente, são membros permanentes com direito de veto os EUA, a Rússia, a China, o Reino Unido e a França. Além desses 5, há 10 membros temporários, que ficam por dois anos no conselho.
A proposta de reforma mais discutida prevê dez membros permanentes e um número ainda indefinido de temporários.
Entre os novos membros permanentes estariam a Alemanha e o Japão, pela importância econômica, e três representantes do mundo em desenvolvimento, da América Latina, da África e da Ásia.
No caso de uma reforma, a cadeira africana tem três fortes candidatos: África do Sul, Egito e Nigéria. A situação interna do Egito, que enfrenta violenta oposição de inclinação religiosa, e da Nigéria, um governo militar sujeito a sanções internacionais, faz da África do Sul o candidato mais forte.
Num esforço para aumentar suas chances, Mandela mediou o fim da guerra civil na República Democrática do Congo, antigo Zaire, e tenta se firmar como negociador para a situação em Timor Leste, ex-colônia portuguesa ocupada pela Indonésia desde 1975.
Na terça-feira, Mandela havia oferecido a África do Sul como sede para negociações de paz entre o governo indonésio e os rebeldes timorenses. Mas ontem o governo de Jacarta afirmou preferir a Áustria como sede das negociações.
A Áustria já havia servido de sede para as negociações entre as duas partes em 1995 e no ano passado. O ministro das Relações Exteriores da Indonésia, Ali Alatas, disse que Mandela já sabia que reuniões anteriores haviam sido realizadas na Áustria.
Durante visita à Indonésia, em julho, Mandela reuniu-se com Xanana Gusmão, líder timorense preso.
No antigo Zaire, Mandela organizou reuniões entre o então presidente Mobutu Sese Seko e o líder rebelde Laurent Kabila em um navio da Marinha sul-africana.

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