São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997 |
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Tamagotchis seduzem a máfia japonesa
RICHARD LLOYD
O sucesso estrondoso acabou por atrair a atenção de fãs indesejados -a Yakuza (máfia japonesa) começou a tentar desviar carregamentos do material. Funcionários da Bandai, fabricante dos tamagotchis, têm recebido ameaças de figuras do submundo que querem faturar em cima da popularidade do "bichinho". Os estoques acabaram, e o preço dos tamagotchis subiu de 1.980 ienes (US$ 16,75) para até 50 mil (US$ 425). O brinquedo se tornou oportunidade de ouro para os que atuam no mercado negro. "Fazer transações em tamagotchi é agora mais valioso do que fazer transações em drogas, com a vantagem que a posse é perfeitamente legal", disse um funcionário da Bandai que não quis ser identificado. "Os mafiosos fazem ameaças se não conseguem o suprimento desejado." Os problemas começaram no início do ano, quando houve pedidos diretos, fora do sistema de distribuição. "Nós recusamos e começamos a receber ameaças. As vozes no telefone diziam saber onde vivemos e a que escola nossos filhos vão." Em abril, sedes da companhia começaram a ser visitadas pelos notórios "uyoku" -ativistas de extrema direita que circulam por Tóquio divulgando músicas e slogans patrióticos de megafones montados sobre suas pick-ups. Os direitistas, frequentemente chamados pela Yakuza para pressionar empresas que quer extorquir, passaram a acusar a Bandai de corromper as crianças com os tamagotchis e de reter carregamentos para estimular a demanda. As pick-ups pretas não apareceram mais depois que a empresa conseguiu uma ordem judicial contra poluição sonora. Mas os empregados da Bandai têm sido avisados para não andar com bolsas que tenham o logotipo da empresa e para não revelar em público onde trabalham, se quiserem continuar vivendo. Texto Anterior: Ação revela projeto na ONU Próximo Texto: China imita Taiwan e HK e bane o brinquedo das escolas Índice |
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