São Paulo, sábado, 30 de agosto de 1997
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Crediário longo faz inadimplência crescer

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

O índice de inadimplência que mede atrasos acima de 180 dias, prazo em que a dívida é considerada perdida, voltou a crescer em julho. Atingiu 8,58% do valor programado para ser recebido, contra 8,40% em junho.
A constatação é de pesquisa da Servloj, empresa que administra serviços de crédito direto ao consumidor para várias cadeias de lojas em capitais e interior do país.
O maior índice de atraso acima de 180 dias no Plano Real foi registrado em novembro de 1995, com 11,44%.
Esse indicador vem crescendo desde o final de 1996, quando estava na faixa de 5,5%.
Causas
A elevação é atribuída pela Servloj ao alongamento dos prazos do crediário e ao endividamento de final de ano.
Quanto mais esticado o financiamento, maior o risco de calote. Atrasos acima de 180 dias em julho referem-se a prestações vencidas em janeiro de 97, em seguida ao último Natal.
O índice que mede atrasos até 30 dias caiu um pouco em julho, para 28,17%, contra 29,57% no mês anterior. A frequência da inadimplência é normalmente maior no curto prazo, mas o crédito pode vir a ser recuperado. Tanto assim que no atraso de 180 dias ou mais o índice é inferior a 10%.
Regiões e setores
O índice de 8,58% é uma média de várias regiões. No Sudeste atingiu 9,54%, e no Sul, 10,52%. Em São Paulo os índices são mais baixos: 6,74% na região metropolitana e 6,58% no interior do Estado.
Por setor, também considerando prestações atrasadas há mais de 180 dias, eletrodomésticos registraram 8,35%; móveis e decorações, 7,99%; material para construção, 7,57%; informática, 6,50%; e linha mole (roupas, tecidos, calçados), 10,35%.
O índice é mais elevado na linha mole porque o consumidor que costuma adquirir vestuário a prazo tem, em geral, renda mais baixa, de até dois salários mínimos.

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