São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 1997
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RJ e PE fazem troca de armas e droga

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Traficantes do Rio estão trocando fuzis, pistolas automáticas, metralhadoras e munição por carregamentos de maconha produzida em Pernambuco.
Na quarta-feira, policiais civis da Metropol 11 (Delegacia Regional 11) apreenderam, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), um carregamento de 50 kg de maconha pernambucana.
Segundo Sérgio Frutuoso, coordenador da Metropol 11, o quilo da maconha produzida em Pernambuco custa R$ 300.
O preço de venda do fuzil AR-15 no Rio é de R$ 3.500. Três fuzis mais a munição pagam o valor da carga da maconha (R$ 15 mil) apreendida pela Metropol 11.
O "polígono da maconha" -região de 70 mil km2 no interior de Pernambuco- produz a maior parte da maconha utilizada no Rio.
O caminhão que traz a maconha volta a Pernambuco com as armas, distribuídas entre as quadrilhas que se espalham pelo "polígono".
A PF já considera Pernambuco o segundo mercado nacional -só perde para o Rio- de armas de alto poder de letalidade, como os fuzis AR-15 e AK-47, as pistolas Glock e as submetralhadoras Uzi.
O assessor técnico da Secretaria de Segurança Pública, tenente-coronel Milton Corrêa da Costa, considera o problema grave.
"Temos a informação de que a força das quadrilhas da droga é maior do que a força policial. O crime é globalizado."
Se as quadrilhas dos dois Estados trabalham em conjunto, apesar dos mais de 2.000 km, o mesmo não acontece com os policiais. "Não há troca de informações entre eles", disse Costa.
Para o diretor da Divisão de Repressão a Entorpecentes da Polícia Civil do Rio, delegado Cláudio Góis, pelo menos dois traficantes cariocas têm condições de abastecer com armas os produtores do "polígono da maconha".
Os suspeitos são Magno Fernando de Souza, o Magno da Mangueira, e Ernaldo Medeiros, o Uê, preso desde 96 em Bangu 1, presídio de segurança máxima na zona oeste carioca.

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