São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997 |
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Cúpula do PFL falta à filiação de Cameli
LUIZA DAMÉ
A filiação do governador não é pacífica no PFL. Uma hora antes da solenidade de entrada, o líder do governo na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), disse à Folha que não tinha conhecimento da filiação. Cerca de 30 minutos antes da solenidade, Inocêncio negou que Cameli fosse entrar no partido ontem, embora o governador estivesse no gabinete da liderança à sua espera desde as 10h. "É só uma visita de cortesia. A filiação ainda não está marcada, mas pode ser hoje, amanhã ou na semana que vem", afirmou o líder, por volta de 11h30. Às 12h, Cameli assinava a ficha de filiação ao PFL, abonada por Inocêncio. Mais tarde, o líder disse que a solenidade foi simples, a pedido do próprio governador. "Eu não sabia que ele se filiaria hoje. Ele veio só para conversar", afirmou Inocêncio. Festa O último governador a se filiar ao PFL foi Amazonino Mendes (AM). O partido preparou uma grande festa, no plenário da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), com a presença de líderes pefelistas, como o senador Antonio Carlos Magalhães (BA). A filiação de Cameli foi no gabinete de Inocêncio e não teve nem mesmo a participação do presidente interino do partido, deputado José Jorge (PE), que chegou a Brasília no início da tarde. "Ele (Cameli) é como eu: o sucesso público não tira a sua simplicidade", disse Inocêncio. Provar inocência Participaram da solenidade parlamentares pefelistas dos Estados do Norte, incluindo os deputados Osmir Lima (PFL-AC) e Zila Bezerra (PFL-AC), acusados de ter recebido dinheiro de Cameli para votar a favor da emenda da reeleição na Câmara. Segundo o líder, Cameli vinha negociando a sua entrada no partido desde o ano passado. "Ele disse que só se filiaria ao PFL quando provasse a sua inocência. E ele provou", afirmou. Cameli é acusado, entre outras coisas, de ter seis CPFs, de favorecer a empresa de sua família (Marmud Cameli) em obras do governo do Acre, de realizar obras sem licitação e de participar na compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição. "Só eu sei o quanto fui caluniado", afirmou o governador. Ele disse que vai eleger em 1998 a maior parte da bancada do Acre, formada por oito deputados. Texto Anterior: Senadores do PMDB usam o celular para saber no que votar Próximo Texto: As acusações contra Orleir Cameli Índice |
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