São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997
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A segunda via

A segunda via
CLÓVIS ROSSI
São Paulo _

CLÓVIS ROSSI

São Paulo - A segunda via é bem mais forte do que a terceira. Palavra do Datafolha, na pesquisa sobre cenários para 1998 que se publica hoje.
Terceira via é a designação que o mundo político vem dando a uma candidatura que se intrometa entre as de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A pesquisa mostra que a "segunda via" (Lula) permanece mais sólida, com uns dez pontos percentuais de vantagem sobre qualquer um dos nomes cogitados para encarnar a terceira via (Ciro Gomes, José Sarney, Itamar Franco e Roberto Requião).
Lula é também o preferido dos pesquisados como eventual candidato único das oposições ao governo FHC.
Tudo somado, tem-se que, três anos depois do pleito presidencial de 1994, uma baita crise no PT e um esforço ruidoso para achar a tal terceira via, o quadro permanece idêntico: FHC em primeiro, Lula em segundo, a uma distância que dá ainda um certo conforto ao presidente.
Até porque, embora a pesquisa não tenha descido a esse detalhe, parece improvável que uma candidatura única de oposição, se houver, some todos os votos hoje dispersos entre Lula, Sarney, Ciro, Requião e Itamar.
Mas, se somar, as coisas se complicam para o presidente. Nos três cenários propostos pelo Datafolha, a oposição, somada, empata ou ganha de FHC (sem contar os votos de Paulo Maluf, que é um caso à parte).
Por ora, de todo modo, 1998 continua com mais cara de reeleição do que de eleição.
PS - O filósofo Roberto Mangabeira Unger queixa-se de ter sido "reduzido" a filósofo brizolista, em texto de ontem.
Tem razão: sua filosofia nada tem a ver com seus vínculos com Leonel Brizola.
Diz também que não define seu projeto (e de Ciro Gomes) para uma frente de centro-esquerda como "capitalismo regulado" e, sim, como "democratização da economia de mercado".

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