São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997
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TRT de SP dá aumento real para empregados da CPTM

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma decisão inédita desde a implantação do Plano Real, em julho de 94, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo
O aumento de 4% -dado além da reposição de 10%- favoreceu os trabalhadores da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que não haviam fechado acordo com a empresa em janeiro.
Antes do julgamento de ontem, o TRT-SP vinha concedendo reajustes na faixa da inflação acumulada até a data-base de cada categoria.
A decisão de conceder o aumento real, defendida pelo revisor do processo, juiz João Carlos de Araújo, dividiu o plenário. O placar a favor da proposta foi de 5 votos a 4.
Para defender o aumento real, Araújo se baseou em estudo do Ipea que mostra queda de 10,9% na renda dos trabalhadores da Grande São Paulo em 97.
Segundo o juiz, é chegado o momento de conceder aumentos acima da inflação para que os trabalhadores possam recuperar as perdas dos últimos dissídios.
Sem medidas
O governo Fernando Henrique Cardoso não vai promover nenhuma medida diferente das atuais para diminuir o desemprego no país em 98.
Segundo o ministro do Trabalho, Paulo Paiva, medidas atuais, como a criação de novos postos com a estabilização econômica, a qualificação dos trabalhadores -com o aumento da escolaridade- e as modificações a serem implementadas na legislação trabalhista -a regulamentação dos contratos temporários- são suficientes para combater o desemprego, um dos principais problemas do país.
O ministro Paulo Paiva, que esteve em Porto Alegre para lançar a nova carteira de trabalho no Rio Grande do Sul, disse discordar de qualquer medida que utilize o problema do emprego como "instrumento de política demagógica e populista".

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