São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997
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Solidariedade começa contatos para formar governo polonês

Analistas vêem risco de choques com presidente ex-comunista

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Solidariedade anunciou ontem que vai iniciar contatos esta semana para a formação de um governo de direita na Polônia.
Analistas políticos estimaram que o novo governo deve manter as diretrizes básicas do atual gabinete ex-comunista (liberalização da economia e ingresso na União Européia e Otan), mas podem surgir problemas de relacionamento com o presidente ex-comunista.
Projeções baseadas nos primeiros resultados das eleições de domingo indicam que a AWS (Ação Eleitoral Solidariedade, agrupando o Solidariedade e pequenos partidos de direita) deve ter 33,9% dos votos, contra 26,8% da governista Aliança Democrática da Esquerda. A União da Liberdade (liberal) deve ter 13,6% dos votos e será o primeiro partido a ser procurado pelo Solidariedade para a formação do governo.
As projeções indicam que a AWS deve ficar com 199 das 460 cadeiras do Parlamento, enquanto a União da Liberdade deve ter 60.
Os mercados financeiros foram surpreendidos positivamente pela dimensão da vitória do Solidariedade. A moeda polonesa, o zloti, subiu nos mercados, obrigando o Banco Central a intervir para estabilizar sua cotação.
O forte anticomunismo da AWS, porém, pode provocar tensão no relacionamento do futuro gabinete com o presidente Aleksander Kwasniewski.
A primeira reação do presidente ao saber do resultado foi dizer que trabalharia com qualquer gabinete, mas depois ele se mostrou relutante em dar o sinal verde ao Solidariedade para a formação do novo governo. O novo Parlamento se reúne em 20 de outubro.

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