São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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ACM diz que Mello defendeu privilégio

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse que o ministro Celso de Mello, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), "não tem autoridade" para criticar a aprovação, pelos senadores, da aposentadoria especial de magistrados, porque "foi um defensor do privilégio".
Segundo ACM, Mello foi ao seu gabinete, na noite de 16 de setembro, e fez "um apelo para que fosse aprovada a emenda favorável aos magistrados".
"Em relação a mim, ele (Mello) não está sendo correto", disse ACM, após ler declarações do presidente do STF considerando "egoísta e antidemocrática" a manutenção da aposentadoria especial de magistrados.
"Causou-me estranheza as declarações do presidente do Supremo, dizendo que ele se bateu contra essa aposentadoria. Não é verdade", disse. "Ele pediu a aprovação do privilégio e, sabendo que eu era contra, me pediu pelo menos isenção na condução da matéria."
ACM anunciou que o Senado vai aprovar, na próxima quarta, a extinção do IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas), responsável pela aposentadoria especial para parlamentares.
Hoje os parlamentares têm direito a aposentadoria proporcional com 50 anos de idade e oito anos de mandato. O valor mínimo é R$ 2.400, o dobro da maior aposentadoria do setor privado (R$ 1.200).
Após 35 anos de mandato, o parlamentar tem direito a aposentadoria integral (R$ 8.000). A União contribui para o IPC com o dobro da contribuição do segurado.
O projeto prevê a liquidação do IPC somente em fevereiro de 99 e sua substituição por outra entidade, o Plano de Seguridade Social dos Congressistas, que também manterá regras de aposentadoria próprias para os parlamentares.
O Senado manteve a prerrogativa do Judiciário de elaborar regras próprias de aposentadoria para juízes, desembargadores, membros de tribunais superiores e tribunais de contas, que ficam livres das restrições impostas pela reforma aos servidores públicos.

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