São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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Promotor da Paraíba acusa CPT

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O promotor Allen Borges Escorel, da Promotoria de Conflitos Agrários da Paraíba, pediu à Justiça a condenação de quatro religiosos da CPT (Comissão Pastoral da Terra), ligada à Igreja Católica.
São acusados de ajudar sem-terra a praticar crime de formação de quadrilha o frei Anastácio Ribeiro, o padre Hermínio Canova e as irmãs Helena Filermina e Antonia Maria Van Han.
Os religiosos são réus em dois processos sobre invasão de fazendas nos municípios paraibanos de Alhandra e Cruz do Espírito Santo.
Eles também são acusados pelo Ministério Público de desrespeitar ordens judiciais de reintegração de posse, juntamente com dois sindicalistas e 30 sem-terra.
Os pedidos de condenação apresentados pelo promotor serão apreciados na próxima semana pelo juiz João Alves, da Vara de Conflitos Agrários da Paraíba, a primeira desse tipo criada no país.
No início de 1996 o frei Anastácio foi condenado a seis anos de prisão por resistir, junto com os sem-terra, ao cumprimento de ordem judicial para a desocupação da fazenda Lupasa e Marinas Abiaí.
No caso da invasão da fazenda Belo Horizonte, em Cruz do Espírito Santo, a 50 km de João Pessoa, o promotor afirma que os religiosos organizaram a invasão e incendiaram um canavial e um trator.
O presidente da CPT, d. Tomás Balduíno, disse que os religiosos são vítimas da aliança do latifúndio com o Judiciário. "Querem transformar o frei Anastácio no sucessor de Rainha."
(AG)

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